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Longo, exaustivo e muito perigoso são bons adjetivos para definir o Abu Dhabi Desert Challenge (ADDC), cuja 34ª edição foi encerrada nesta quinta-feira (27) nos desertos dos Emirados Árabes Unidos, valendo pela segunda etapa do Campeonato Mundial de Rally Raid – a mesma modalidade do Rally Dakar. Mas este desafio gigante, que contou com 1.186km de percurso cronometrado contra o relógio, foi decidido por um detalhe, o tempo necessário para mudar um pneu.
Na vitória do Dacia SandRider do piloto catarense Nasser Al-Attiyah, considerado o maior especialista em corridas no deserto do mundo, e o navegador francês Edouard Boulanger, a vantagem para o brasileiro da Toyota foi de apenas 2min28s, tempo que os separou dos vice-campeões do ADDC, a dupla formada pelo brasileiro Lucas Moraes e o navegador espanhol Armand Monleón.
A diferença também corresponde aproximadamente ao tempo que as equipes do Mundial de Rally Raid demoram para fazer uma troca de pneus – um incidente que aconteceu duas vezes com o brasileiro Moraes e uma com Al-Attiyah. Além disso, na especial desta quinta-feira, que encerrou a competição, o representante do Brasil “abriu” a maior parte do percurso – ou seja, era o primeiro entre os competidores a ir para o trajeto, algo que é uma desvantagem grande nas provas no deserto, pois não há referências visuais na areia para quem é o primeiro a entrar na trilha.
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”Foi como escalar o Everest” - “Fiquei feliz pelo nosso desempenho, pelo ritmo forte e por termos nos mantido entre os líderes durante os cinco dias de corrida – inclusive vencendo um deles”, resumiu Lucas Moraes. “Manter o ritmo cinco dias nesse nível é mega difícil. É um desempenho muito forte e em provas como essa pode variar, pois você nem sempre acerta tudo na especial. Mas nós fomos muito bem dessa vez. A navegação do Armand foi fundamental e o trabalho que a equipe fez com o carro foi fantástico, acho que estamos bem fortes para chegar bem no final deste Campeonato Mundial”, detalhou o brasileiro, que fez em 2024 sua temporada de estreia no Mundial, terminando no terceiro lugar, um resultado inédito para o Brasil.
Moraes e Monleón competem com um Toyota GR DKR Hilux.
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“Nessa prova, no ano passado, tivemos um incêndio no carro que nos tirou da briga. Foi muito frustrante, mas terminar assim a edição 2025 foi mega importante, por que essa é uma das provas mais difíceis e perigosas do mundo. É como escalar um Everest. Muito obrigado a todos que torceram pela gente, recebi mensagens do Brasil inteiro, as pessoas foram sempre muito positivas e gentis, só posso agradecer demais essa força que tenho recebido, obrigado mesmo!”, completou.
Dos 41 carros que largaram, 35 completaram a competição. A próxima etapa do Mundial de Rally Raid será disputada de 18 a 24 de maio, na África do Sul.
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