De acordo com dados divulgados pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, em agosto, os emplacamentos de veículos, considerando todos os segmentos automotivos, tiveram retração de 4,97%, na comparação com julho, em função da falta de insumos e componentes na indústria, que impede a regularização da produção em todos os segmentos. No acumulado do ano, no entanto, o setor segue em trajetória de recuperação, com alta de 27,83% sobre os oito primeiros meses do ano passado.
“O ritmo dos emplacamentos está sendo ditado pela capacidade de entrega das montadoras, que ainda sofrem com a escassez, especialmente, de semicondutores”, analisa Alarico Assumpção Júnior, Presidente da Fenabrave, que afirma que a situação só deve ser normalizada em 2022.
As projeções da entidade para todo o setor em 2021, se mantêm inalteradas, na expectativa de um crescimento geral de 13,6% sobre 2020.
Automóveis e Comerciais leves
A dificuldade na obtenção de peças e componentes segue como o principal entrave para um melhor desempenho destes segmentos, fazendo com que o consumidor tenha de esperar mais pela entrega dos veículos. “Parte dos veículos registrados em agosto são de vendas realizadas em julho. Este prazo de entrega se tornou mais longo por conta das dificuldades da indústria”, alerta Alarico.
Atualmente, o índice de aprovação de crédito, pelos bancos, é de 6,8 cadastros a cada 10 enviados. “Há boa disponibilidade de crédito e as instituições financeiras se mantêm criteriosas em suas análises”, finaliza.
Em agosto, as vendas de elétricos e híbridos representaram 2,44% dos emplacamentos destes segmentos, com um total de 3.875 veículos comercializados e a entidade projeta crescimento de 10,7% para automóveis e comerciais leves em 2021.
Caminhões
Em ótimo momento, o segmento teve o 4º melhor mês de agosto, desde o início da série histórica, em 1957, e vem se destacando na recuperação do mercado.
Entre janeiro e agosto/2021, foram comercializados 82.189 caminhões novos, num resultado abaixo, apenas, do registrado em 2014, quando foram emplacadas 87.789 unidades, no mesmo período. “Não fosse a falta de componentes, o resultado seria ao menos 20% melhor”, garante Alarico Assumpção Júnior.
Em função dessa falta de insumos, o segmento opera com agendamento de entregas a partir de 2022. “A alta demanda e a recuperação das vendas são consequência, principalmente, do agronegócio, explica o Presidente. “Com relação ao crédito, a cada 10 propostas enviadas aos bancos, 8,6 são aprovadas”, conclui Assumpção Júnior.
As projeções da entidade apontam para um aumento de 30,5% na comercialização de caminhões novos este ano.
Ônibus
Apesar da melhora nos números de emplacamentos de ônibus em agosto, ainda não se pode afirmar que o segmento vive um momento de retomada, significativa, das vendas. “Os clientes, que são, em sua maioria, empresas de transporte urbano e rodoviário, ainda não se recuperaram da queda no faturamento. Por isso, se mantêm cautelosos em relação a novas aquisições”, mantendo a estimativa de crescimento de 10,6% para este segmento em 2021.
Motos
Com cerca de 55% das vendas de motocicletas destinadas ao uso comercial, o que prova a consolidação deste tipo de veículo para transporte de mercadorias, muitas pessoas têm optado pela compra da motocicleta como opção econômica para deslocamento individual, em substituição ao transporte público, tanto para trabalho como para o lazer.
“Esse mercado segue aquecido. A queda registrada no mês de agosto é, basicamente, resultado da baixa oferta de motocicletas, devido aos gargalos de produção já comentados. Atualmente, o agendamento da entrega de motocicletas novas está entre 40 e 50 dias”, afirma.
Com relação ao crédito, as instituições financeiras vêm mantendo boa oferta e o índice de aprovação é de 4,7 propostas para cada 10 enviadas e para os emplacamentos de motocicletas, se mantêm uma projeção de aumento de 16,2%, em 2021, sobre 2020.
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