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Fenabrave já reduz estimativa para venda de veículos devido à falta de produtos


Alarico Assumpção Júnior, Presidente da Fenabrave
Alarico Assumpção Júnior, Presidente da Fenabrave

Embora no acumulado de janeiro a setembro de 2021, os emplacamentos de veículos continuem acima de 20% sobre o mesmo período de 2020, em setembro/2021, apenas o segmento de motocicletas apresentou alta em relação a agosto. Os demais (automóveis e comerciais leves, caminhões, ônibus, implementos rodoviários e outros) tiveram queda no período, segundo dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.


“A falta de veículos novos, em função da escassez de componentes na indústria, é um fenômeno global, que atinge outros países, como os Estados Unidos, por exemplo. Vivemos, hoje, possivelmente, o ponto mais crítico dessa crise de abastecimento de veículos, mas acredito que, nos primeiros meses de 2022, teremos uma clareza maior sobre a resolução do problema”, explica Alarico Assumpção Júnior, Presidente da entidade.


Em setembro/2021, o setor, como um todo, registrou retração de 4,43%, na comparação com o mês anterior. Em relação a setembro de 2020, a queda foi de 14,37%, com um total de 281.054 unidades emplacadas.



Revisão de projeções

Neste cenário, a Fenabrave também anunciou a revisão das projeções para o ano. Na análise, divulgada em julho, havia expectativa de crescimento de 13,6% sobre 2020. Agora, a projeção aponta alta de 11,1% para todo o setor.


“Estamos diante de muitas incertezas e da maior crise de abastecimento de veículos já vivida, nos últimos anos. Isso nos fez reduzir as expectativas de crescimento para o ano, infelizmente”, alerta Alarico Assumpção Júnior.


Desempenho por Segmento


Automóveis e Comerciais leves


Apesar de serem os segmentos mais afetados pela falta de insumos, houve aumento na comercialização de comerciais leves, em relação a 2020 (+40,08%). “Com a falta de automóveis, muitos consumidores migraram para os comerciais leves, onde há uma maior disponibilidade de produtos na indústria”, analisa.


Para estes segmentos, as Projeções foram revistas para um crescimento de apenas 3,1%, contra 10,7% previstas em julho. Em janeiro, as expectativas apontavam para um aumento de 15,8%.


Caminhões

Bastante aquecido, o segmento de caminhões continua trabalhando de acordo com o fluxo de entrega por parte das montadoras. “Como acontece, já há algum tempo, nas vendas de caminhões, parte dos emplacamentos de setembro é composta de pedidos realizados em meses anteriores”, destaca Assumpção Júnior, que afirma que a procura por esse tipo de veículo permanece com boa demanda, na maioria de seus subsegmentos (pesado, semipesado, médio, leve e semileve).


As novas projeções, para caminhões, melhoraram, apontando, agora, aumento de 43,1%, contra 30,5% estimados em julho, e 21,7% em janeiro.

Ônibus

O segmento registrou a maior queda percentual em relação ao mês anterior e encontra-se em compasso de espera, já que as empresas que atuam nesse setor têm mantido cautela na decisão de compra. “Neste ano, é o segmento com menor crescimento em relação a 2020, mas é algo até compreensível, em função da pandemia e das restrições de circulação, que vigoraram no primeiro semestre de 2021”, explica Assumpção Júnior.

As novas projeções para ônibus mostram que este segmento deverá crescer 1,1% em 2021, um percentual menor se comparado aos 10,6% de aumento, previstos em julho e 8,2% em janeiro deste ano.



Motos

Único segmento de todo o setor automotivo a registrar alta na comparação com agosto, as motocicletas seguem com boa demanda. “A produção está sendo absorvida pelo mercado. A procura por motocicletas cresceu na pandemia e é interessante observar como essa tendência ficará no futuro, especialmente, nas grandes cidades”, diz Assumpção Júnior.

Em relação ao crédito, as aprovações têm girado em torno de 4,8 cadastros a cada 10 enviados aos bancos.


As motocicletas, que vêm se recuperando ao longo dos meses, mesmo com a falta de produtos, deverão ter os emplacamentos ampliados em 22,9% este ano, contra 16,2% previstos em julho e 17,7% nas projeções divulgadas pela FENABRAVE em janeiro.

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