
O piloto famalicense Luís Silva estava convicto de que 2023 seria uma época sabática. Mas, o “bichinho” das corridas prevaleceu e o “Canhão de Famalicão” levou o BMW M3 do Famaconcret Racing Team ao triunfo nas contas dos Super Challenge D no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group, vencendo todas as provas em que participou. Juntou a essas duas façanhas o 2º lugar final na Categoria Super Challenge. Para 2024 “ameaça” voltar a pouco fazer, mas com o “vício das corridas” que lhe corre nas veias, nunca se sabe...
O início da temporada, o que esperava de 2023?
Não esperava rigorosamente nada, porque não tinha em mente competir. Tinha e ainda tenho o BMW M3 a necessitar de uma revisão ao motor, não está com as melhores performances e estava previsto ter pelo menos o ano de 2023 para descansar. Seria um ano sabático, mas, de repente, aquilo que começou por ser uma ida pontual à Rampa da Penha, transformou-se num Campeonato quase completo, desta feita nos Super Challenge D. Fiz sete provas e venci por sete vezes, apesar de lidar com concorrência muito forte. Acabou por ser mais um título saboroso, ainda para mais num ano em que iria estar parado. Depois, ter conseguido ser vice-campeão nacional da Categoria Super Challenge foi mais uma proeza de que não estava à espera, pois, apesar do meu BMW ser um carro espetacular, enfrentamos carros muito mais potentes e de quatro rodas motrizes. Mesmo assim, o Top 2 foi nosso!””.

Qual foi o maior desafio que enfrentou?
O melhor desafio não teve nada a ver com as minhas participações nas provas. Foi sim lançar a minha filha Ana Catarina nas provas de Montanha, com o Citroen C1 do Famaconcret Racing Team. A Ana Catrina deixou-nos muito orgulhosos, pois mostrou ser rápida e destemida. Estou muito feliz por isso e o sucesso dela deu asas a outras aventuras, como a estreia do meu filho Luís Silva Jr., do Hélder Marques, da minha sobrinha Joana Silva e do Tomás Pinto, na estreia nos circuitos, quando das 24h C1 Eurocup. Foi sem dúvida um desafio superado. apesar dos azares que tivemos, mas a alegria da equipa acho que marcou muito e definiu muito do que poderá vir no futuro”.
Qual foi o melhor momento e o momento mais despontante?
O melhor momento foi sem dúvida a participação nas 24h C1 Eurocup. Foi bom ver a alegria dos pilotos que participaram, a união da equipa, o apoio incondicional uns aos outros e o carinho de todos para com o nosso convidado de honra, um menino que merece toda a sorte do mundo por aquilo que trabalha, o Tomás Pinto. O Tomás estava prestes a fazer 16 anos quando o convidei, com o apoio total dos meus filhos, a quem pedi opinião e o convite foi o nosso presente de aniversário. Ele merecia que alguém lhe desse a primeira oportunidade. Foi dada e foi um sucesso. De desapontante não houve nada de especial ao longo do ano, mas tendo de escolher um momento, talvez não ter terminado as 24h C1 Eurocup por termos partido dois motores, mas mesmo assim, foi um momento de aprendizagem e que nos vai ajudar no futuro.

Que balanço faz da temporada?
“Um balanço muito positivo. Não é o facto de ter ganho todas as provas de montanha que participei que torna o ano positivo, nem a vitória no Grupo SC D, mas o lançamento de novos pilotos pela primeira vez que realço como o melhor e mais importante que me aconteceu e ao Famaconcret Racing Team em 2023”.
Já tem os seus planos definidos para 2024?
A promessa que ficou do ano anterior da prova de 24 Horas com o Citroen C1, foi voltar. E voltaremos, desta feita com dois carros, para os mesmos pilotos. Iremos arranjar uma fórmula para dividir a equipa pelos dois carros e lá estaremos mais uma vez para nos divertir. Faremos ainda o campeonato todo dos C1. Isto está definido. Pessoalmente, poderei participar numa ou outra prova no BMW M3, mas mesmo pontualmente e nada para competir ou estragar campeonatos a outros participantes. Haverá provavelmente participações também de alguns dos nossos pilotos na Montanha com os C1 e o Starlet da equipa, se eles quiserem. Depois… bem, depois… poderá haver surpresas…”

Comentários