Com alta de 10,7% sobre o resultado de novembro, o mês de dezembro registrou 400.020 emplacamentos, fazendo com que o ano de 2023 fechasse com alta de 12% sobre 2022, segundo informações da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Todos os segmentos, à exceção de caminhões, registraram evolução no ano, com destaque para motocicletas (crescimento de 16,1%) e automóveis e comerciais leves (+11,3%).
“Foi um ano em que o setor automotivo demonstrou uma recuperação importante e que deve ser celebrada, tanto que foi a 1ª vez, desde 2019, que tivemos mais de 2 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados no ano. No entanto, temos que lembrar do impulso das medidas provisórias que estimularam o setor, o que mostra que é necessária a busca de soluções permanentes que mantenham o mercado aquecido, já que se trata de um setor que conta com 7.400 concessionárias, instaladas em mais de 1.000 municípios e que respondem por mais de 300 mil empregos e por 5% de participação no PIB nacional”, analisa o Presidente da entidade, Andreta Jr.
Segundo ele, além dos estímulos fiscais ao setor, concedidos pelo governo, por meio das Medidas Provisórias 1175 e 1178, em junho de 2023, a melhora do crédito, com início do ciclo de redução da taxa de juros, nos últimos meses do ano, foi fundamental para que a alta de 12% sobre 2022 pudesse ser atingida. “A disponibilidade e o custo do crédito têm muita influência na decisão de compra dos consumidores. Com a ligeira melhora na inadimplência, no último trimestre de 2023, percebemos que houve uma maior disponibilização de crédito por parte das instituições financeiras e isso foi captado pelo mercado”, diz.
Avaliação por segmento
Automóveis e Comerciais leves
Apesar de ainda distante do recorde histórico, de mais de 3,6 milhões de unidades anuais, registrado em 2012, os segmentos de autos e leves apresentaram recuperação importante em 2023. “Automóveis e comerciais leves tiveram um 1º semestre desafiador, mas houve reaquecimento do mercado com os incentivos temporários do Governo Federal e com mais disponibilidade de crédito no último trimestre. O mês de dezembro, principalmente, teve um comportamento ainda melhor, em função das vendas corporativas. Agora, é preciso buscar alternativas para trabalhar o aumento de escala e o maior acesso ao crédito desses segmentos”, analisa Andreta Jr.
Automóveis e Comerciais Leves Híbridos + Híbridos Plug In
Os segmentos encerraram 2023 com alta de 82,86% sobre o volume de 2022, totalizando 74.638 unidades. “É um mercado que vem se desenvolvendo, com a chegada de novas marcas”, destaca Andreta Jr.
Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros
Os autos e leves puramente elétricos fecharam o ano de 2023 com alta de 128,3% sobre o volume de 2022, totalizando 19.332 unidades, contra 8.467 em 2022. “O volume ainda é muito baixo, mas vimos que há um crescimento percentual, em função da redução de preços, que atraiu mais consumidores”, observa Andreta Jr.
Caminhões
O segmento foi o único do setor a apresentar retração em 2023, porém, menor do que a prevista inicialmente. A queda se deve ao custo da mudança da tecnologia para o EURO 6, que foi sendo, aos poucos, incorporada pelos transportadores. “No decorrer do ano, o segmento foi se ajustando, as taxas de juros foram sendo reduzidas, favorecendo os financiamentos, e o agronegócio também beneficiou o setor, o que fez o segmento encerrar o ano com queda menor do que a inicialmente projetada”, conclui.
Ônibus
Com a retomada das compras por parte dos transportadores rodoviários e a ampliação das aquisições governamentais, notadamente, o Programa Caminho da Escola, o segmento registrou a segunda maior alta de todo o setor. “Foi um ano de recuperação para ônibus, mas devemos sempre lembrar que este foi o segmento mais afetado pelos reflexos da pandemia. Desta forma, a evolução parte de uma base baixa, mas consistente”, avalia Andreta Jr.
Motocicletas
Apesar de ter apresentado uma expansão um pouco menor do que a esperada, em função dos problemas de abastecimento de produtos, o segmento foi o grande destaque de 2023, com alta de 16,1% sobre o ano anterior. “As motocicletas têm ampliado sua importância no sistema de mobilidade dos brasileiros. É uma forma econômica de transporte individual e perfeita para entregas de pequenos objetos em cidades de todos os portes. Com uma possível melhora do crédito, o segmento ainda tem vasto potencial de crescimento”, opina o Presidente da Fenabrave.
Motocicletas Eletrificadas
Com 8.374 unidades emplacadas ao longo de 2023, em dezembro, as motocicletas elétricas tiveram uma pequena retração na comparação com dezembro de 2022. Sobre novembro (+60,1%) e no ano (+15%), no entanto, o segmento registrou bons resultados.
Projeções 2024
As primeiras projeções divulgadas apontam para um crescimento global de 13,54%, considerando todos os segmentos somados, o que significa um total de 4.518.871 unidades emplacadas no mercado interno.
Para automóveis e comerciais leves , a entidade projeta um aumento de 12%, totalizando 2.440.887 unidades emplacadas. “Estamos prevendo uma possível melhora na oferta do crédito, assim como um ambiente positivo na indústria, que terá mais incentivos para o desenvolvimento de novos produtos, a partir do Programa MOVER, recém- anunciado pelo governo”, analisa Andreta Jr.
Já caminhões devem crescer 10% em 2024, com cerca de 114.571 unidades emplacadas. “Este ano, continuaremos com situações que podem favorecer o segmento, como a total consolidação do Euro 6, a melhora do crédito, e a evolução do agronegócio, que mantém o segmento de pesados com 50% de participação deste mercado”.
O segmento de ônibus promete apresentar crescimento de 20% em 2024, com um total de 29.546 unidades. “Este comportamento se deve a alguns fatores: Programa Caminho da Escola, que terá 16 mil novas unidades este ano; aumento do transporte rodoviário, em função da elevação dos custos das passagens aéreas; e à renovação de frota de ônibus urbanos”.
As motocicletas , segundo as projeções da entidade, não deverão sofrer perda de oferta ou demanda, o que levará o segmento a um aumento de 16% nos emplacamentos sobre 2023, chegando a um total de 1.834.571 unidades.
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