Uma das versões mais apelativas esteticamente em relação a todas aquelas que receberam o novo motor T270 Turbo Flex na linha Compass da Jeep é, sem dúvida, a Série S, opção que deixa bem definidas as linhas elegantes do modelo através de um acabamento de pintura em dois tons associada a outros detalhes que lhe conferem uma estética moderna e elegante.
E para conhecer em detalhe a última atualização ao modelo da Jeep, reservamos alguns dias de convívio intenso com o Compass Série S, passando pelo habitual cenário urbano além de cerca de 600 km em rodovia, servindo esse contato para conhecer, principalmente, o comportamento dinâmico da proposta com a mais recente motorização.
O novo motor chegou para substituir o já “cansado” 1.8 atmosférico que realmente deixava muito a desejar em termos de performance e principalmente eficiência energética. É claro que a motorização mais adequada ao modelo é o turbo diesel TD350 que vem associado a uma tração 4x4 e que faz parte do line-up do modelo com três versões de acabamento. O Compass é ainda responsável por introduzir a eletrificação da marca no Brasil, com a versão Série S 4XE que traz um conjunto híbrido, e que com isso amplia ainda mais a lista de opções do modelo no país.
E a grande diversidade de motorizações e acabamentos é mesmo preponderante para o ótimo desempenho comercial do modelo ao longo dos últimos anos. Foram 5.307 unidades emplacadas em outubro com um acumulado de 51.066 veículos em 2022.
Recordar que 2021 foi o melhor ano do modelo no país com 70.906 unidades comercializadas, sucedendo a 2021 em que ganharam as ruas apenas 52.966 unidades do modelo, um ano marcado pelas grandes restrições de produção e atividade nas lojas, por conta do COVID-19.
Para que o histórico do modelo fique completo, 2018 e 2019 foram dois anos praticamente idênticos em termos de emplacamentos, com 60.284 e 60.361 unidades, respetivamente, sendo que no primeiro ano completo em termos de vendas do modelo, ele já mostrava ser um enorme sucesso, com 49.187 veículos comercializados em 2017.
Mas ainda antes de detalharmos nossa experiência ao volante do Jeep Compass Série S, queremos agradecer desde já a vossa leitura e o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião sobre o modelo testado e o nosso conteúdo. Outro convite é para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam as nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.
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Estética muito atraente
Em termos de acabamento externo, esta versão Série S é uma das mais atraentes da linha Compass. A cor branca harmonizando com o acabamento de algumas áreas da carroceria e peças em preto brilhante, criam uma rara esportividade no modelo.
De dimensões generosas, o Compass tem uma altura de 1.635 (mm), largura de 1.819, comprimento 4.404 e entre-eixos de 2.636 mm. Com isso ele consegue entregar uma sensação de imponência que o distancia dos compactos como seu irmão de casa Renegade, e marcando dessa forma seu posicionamento de mercado.
São destaques, a pintura das peças plásticas habitualmente em preto, e que nesta opção são na cor da carroceria. Como exemplos, a grande maioria da superfície dos para-choques, maçanetas das portas, e contorno de toda a área inferior da carroceria e caixa de rodas. A utilização do preto brilhante nos espelhos retrovisores externos, frisos e molduras das janelas, além do teto e toda a área da coluna C bem como spoiler, sem esquecer o rack (barras longitudinais de teto) todas elas contrastando de forma muito harmoniosa com o branco polar da carroceria. Ainda dando um toque todo especial ao modelo, as esportivas rodas em liga leve aro 19'', nesta versão em tom cinza escuro, e onde são instalados pneus de medida R19 235/45, borracha com características claramente voltadas para uma rotina no asfalto.
Ainda como referência no exterior, uma nota para os faróis e lanternas em LED, e naturalmente, luzes de condução diurna.
Interior amplo e requintado
Um dos aspectos onde a marca Jeep sempre ganha pontos em relação aos seus concorrentes é no conteúdo dos produtos, e esta versão testada por nós, a mais completa de todas as que utilizam a nova motorização T270, não foge a essa regra, com itens de série de fazer inveja a muitas das chamadas marcas Premium, com recursos tanto a nível de conforto, como auxílios à condução ou segurança.
Antecipamos que a lista é extensa, mas para um olhar justo ao que a marca do grupo Stellantis entrega em seu veículo fabricado no Brasil, temos que realizar esse exercício descritivo amplo, sabendo que ficarão de fora outros tantos itens, tal o nível de conteúdo desta versão, a mais completa de todas as que utilizam o novo motor 1.3 turbo Flex, e que no fechamento desta matéria tem preço de referência para o estado de São Paulo de R$ 232.568. Já que falamos em preço, referir que o valor anunciado atualmente no site da marca é cerca de 13 mil reais superior ao que era sugerido na época (mês de março) em que tivemos nosso primeiro contato com esta opção do modelo.
Mas, vamos lá! - A entrada para o interior do Compass é realizada com a facilidade da chave presencial, que libera e permite não só a abertura das portas, como funciona como comando para abertura de vidros. Também é facilitada o acesso ao porta-malas, já que a versão entrega o sistema de abertura eletrônica com sensor de presença.
Já de olho nos bancos, observamos o desejado acabamento em couro com os dianteiros a disponibilizarem comandos de ajustes elétricos e memória para o do condutor. Ainda em relação aos bancos, todos eles têm encosto de cabeça e cintos de segurança de três pontos, com os dianteiros permitindo o ajuste de altura do cinto. Naturalmente não foi esquecido o obrigatório sistema de fixação para cadeirinha infantil ISOFIX.
Também com acabamento em couro, destacamos a manopla do câmbio e o volante, que além de diversos comandos para áudio, telefone e opções de condução, permite a troca de marchas através das chamadas borboletas (Paddle Shifter) e tem ajuste em profundidade e altura. Ainda falando no volante, deixamos uma opinião bem pessoal. Para nós, o anterior volante de Compass e Renegade tinha bem mais personalidade e representava de forma mais marcante o espírito versátil da marca. Uma opinião, apenas!
A recente atualização ao Compass, fez com que o interior ganhasse uma melhor distribuição do espaço para objetos no habitáculo. Tanto nas portas como no console central a localização dos chamados porta-objetos evoluiu para entregar mais praticidade e mais volume. Além disso ainda destacamos o espaço para objetos que serve como apoio de braço na área central entre os bancos dianteiros, o já tradicional (nos modelos da marca) espaço sob o assento do banco do passageiro ou uma bolsa porta objetos atrás dos bancos dianteiros. Também ganhou seu espaço a área que é agora destinada ao carregador do celular por Indução.
Continuando a observação ao interior do nosso Compass Série S, destacamos o revestimento interno do teto em preto e onde claramente ganha destaque o amplo teto solar panorâmico elétrico, o que naturalmente amplia a sensação de espaço dentro do habitáculo.
Ainda como importantes itens a central Multimídia de 10,1", muito bem-posicionada, com recursos como câmera de ré, Apple Carplay e Android Auto com espelhamento sem fio e conectado a um sistema de áudio Beats de 506 W com 8 Alto-falantes + Subwoofer.
Ainda no interior, o amplo espaço interno se estende ao porta-malas que ampliou o volume disponibilizado e agora entrega 476L de volume para bagagem, podendo aumentar já que o pavimento do porta-malas tem revestimento duplo e a cortina sólida que protege a bagagem pode ser facilmente recolhida ou até mesmo retirada para ampliar ainda mais o porta-malas, podendo ganhar proporções de Station Wagon ao baixar os bancos traseiros. Ainda de acordo com o conceito versatilidade, a área para bagagem vem com ganchos de fixação de carga.
Voltando a descrever o que observamos no habitáculo, destaque ainda para o prático e intuitivo painel de Instrumentos Full Digital de 10,25". Assim como no Renegade, o painel de instrumentos é bem agradável, permitindo uma localização rápida das informações.
Como já comentado, o pacote de itens de série nesta versão é muito completo, incluindo uma vasta lista de soluções tecnológicas que auxiliam o condutor nas mais diversas circunstancias. Freio de estacionamento eletrônico, sensores de chuva e crepuscular, comutação automática dos faróis, aviso de colisão frontal com frenagem de emergência e detecção de pedestres e ciclistas. Ainda disponíveis sistemas como piloto automático adaptativo, limitador de velocidade, sistema de estacionamento semiautônomo, aviso de invasão de faixa e reconhecimento de placas de trânsito, sem esquecer o conjunto de 6 bolsas de airbags (frontais, laterais e de cortina).
Para fechar nossa observação interna, não podíamos deixar de listar o ar-condicionado automático digital de duas zonas, as entradas USB do tipo C na frente e para os passageiros da segunda fileira, além da tomada auxiliar de 127v que, aliás, nos rendeu uma história para contar.
Como alguém que necessita de aparelhos eletrônicos de forma contínua, em nossa parada ao final do dia, somos levados pelo ímpeto de ligar nosso notebook na tomada de 127v do Compass, sem prestar a necessária atenção para a necessidade de ligar o motor quando fazemos uso deste tipo de instalação. Com isso, e após cerca de uma hora de trabalho no interior do veículo, fomos descansar, afinal na manhã seguinte era dia de fotos. Após uma boa noite de sono, chegamos no Jeep e, surpresa, nada do nosso veículo querer ligar o motor. O botão start/stop dava alguns sinais, mas surgiam indicações no painel que algo não estava certo. Imediatamente nosso pensamento foi na bateria e naquela hora de trabalho no interior do veículo na noite anterior.
Nada mais certo. Com um nível de amperagem baixo na bateria, o Compass simplesmente se recusou a ligar e foi necessário a ajuda do vizinho para realizar a famosa “chupeta”. Com uma picape de motor diesel acelerado o motor de forma contínua nas 2500 rpm, após alguns minutos nossa bateria recuperou parte do fôlego e nosso Jeep ganhou novamente vida.
A história serve como aviso de que não devemos utilizar estas tomadas sem que o motor esteja ligado, já que se a amperagem das baterias baixar muito, estes novos veículos com sua vasta eletrônica instalada simplesmente se recusam a trabalhar.
Novo motor traz evolução no desempenho e no consumo
É chegada a hora de descrever para vocês nossa experiência dinâmica ao volante da mais recente atualização ao modelo. O novo motor T270 turbo Flex é uma proposta que entrega 185cv com etanol (180cv com gasolina) e um torque máximo de 27,5 kgf.m bas 1.750 rpm. Com 1.589 kg de peso, o Compass mostrou uma evolução em relação às versões anteriores equipadas com o anterior motor 1.8 aspirado, se apresentando com uma resposta mais pronta e naturalmente um consumo melhor que o do anterior propulsor. Com sistema Stop/Start automático que permite a economia de combustível quando o veículo está parado no trânsito, e já que falamos de motor, antecipamos que nossa equipe terminou a avaliação ao modelo com 8,7 km/l de média com nosso tanque de 60L abastecido com etanol, o que acabou por consolidar nosso comentário em relação ao ganho de eficiência, e acabando por ser um bom resultado final, principalmente quando olhamos para a evolução em relação ao consumo do anterior motor.
De tração dianteira e câmbio automático com opção pelo modo manual de 6 marchas, o Compass Série S se mostrou mais afinado com este novo propulsor. Mais linear na evolução, naturalmente mais ágil, tornando a condução mais confortável e com mais recursos, ficando claro desde os primeiros quilômetros o casamento mais harmonioso entre câmbio e motor.
A suspensão também contribui de forma preponderante para uma avaliação positiva em termos dinâmicos do modelo.
Com a elogiável escolha da marca para uma solução do tipo McPherson independente nas quatro rodas, a engenharia da marca conseguiu um bom compromisso entre o conforto e segurança, já que este tipo de solução técnica permite um maior leque de ajustes por parte da engenharia, possibilitando um veículo mais equilibrado, que se apresenta de forma muito interessante em termos de conforto, tanto na condução urbana e suas vicissitudes nas ruas e avenidas brasileiras, bem como em estrada, entregando assim um bom nível de segurança, se apresentando o modelo de comportamento previsível e dócil, bem de acordo com a proposta e seu público. Como SUV médio que entrega uma razoável distância em relação ao solo, nosso Compass ainda permite percorrer caminhos de terra de baixa complexidade sem qualquer problema, embora não seja este seu terreno ideal para esta versão, muito embora o novo desenho dos para-choques que equipam atualmente as versões Flex e que tiveram uma evolução em termos de maior ângulo, tanto de ataque, como de saída.
Outro item com nota positiva é a direção de assistência elétrica, leve e precisa, é responsável por muita da dirigibilidade da proposta, permitindo uma condução precisa e segura bem como confortável e leve em manobras urbanas.
É então chegado o momento de deixar mais uma lista de itens que fazem parte do pacote do Série S, tais como; Controle de Estabilidade (ESC), Controle de Tração, além de sistema de monitoramento de pressão dos pneus.
Por último, e também relacionado com a segurança do nosso modelo, a Jeep entrega esta versão com freios de disco nas 4 rodas sendo os dianteiros ventilados, o que proporcionou muita segurança ao longo das mais diversas situações a que sujeitamos nosso Jeep Compass.
Conclusão do Editor – O Compass nesta versão Série S apresenta sem dúvida um recheado pacote de itens de série, o que o posiciona de forma muito competitiva diante da concorrência, incluindo aí, marcas Premium e seus SUVs de entrada, muitos deles bem mais pobres em termos de conteúdo.
Onde a Jeep ainda não conseguiu igualar alguns dos concorrentes é no isolamento acústico do habitáculo de uma forma geral. Apesar da crescente qualidade em detalhes como integração das peças e até mesmo solidez e qualidade dos materiais utilizados, alguns sons ainda invadem o interior o que pode incomodar os mais exigentes.
Já no design a Jeep vem mexendo corretamente e modernizando seu modelo, deixando o Compass mais atraente, com porte de carro grande, conseguindo, claramente, se distanciar do seu irmão compacto, Renegade, e com isso marcar seu espaço de forma determinante. Também o acabamento da carroceria em dois tons e detalhes bem exclusivos da versão ajudam numa proposta bem atraente em termos estéticos.
Para finalizar, uma reflexão ao desempenho do novo motor 1.3 turbo, que, realmente consegui evoluir o produto em relação ao anterior propulsor 1.8 aspirado, mas que ainda deixa a desejar em termos de desempenho e eficiência energética, ficando aquém do que é necessário para o posicionamento que a própria marca dá para o modelo, como um grande e robusto veículo para a família. Em nossa opinião o Compass continua tendo sua essência e DNA enaltecidos, principalmente, com as versões turbo diesel 4x4.
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