Um dos protagonistas do mercado de automóveis no Brasil ao longo dos últimos anos, tem sido, sem dúvida, o Nissan Kicks.
Conseguindo uma regular posição de destaque entre os SUVs compactos, o modelo japonês fabricado em Resende, RJ, nunca chegou a ter verdadeiramente uma posição de liderança, no entanto, sempre aparece entre os principais protagonistas de um dos mais disputados segmentos da atualidade no pais.
Acompanhando o bom desempenho da indústria em maio, o Kicks teve emplacadas 4892 unidades, totalizando 12 772 no acumulado do ano, aparecendo na lista da Fenabrave atrás dos modelos T-Cross, Creta, Tracker, Renegade e Nivus, propostas que aparecem, por esta ordem, com o melhor desempenho em vendas no segmento nos cinco primeiros meses do ano.
E para conhecer a porta de entrada da linha Kicks no país, recebemos a versão de entrada, Sense, que atualmente é disponibilizada com dois tipos de transmissão, a automática do tipo CVT, ou manual, como a unidade testada pela nossa equipe.
Esta versão de entrada MT tem atualmente o preço sugerido de R$109.290, ultrapassando a barreira dos 100 mil reais e, mais claramente ainda, aquela que era a faixa de preço onde, não muito tempo atrás, se situavam as versões de entrada no universo dos SUVs compactos, entre os 70 e 80 mil reais.
Mas o atual cenário econômico nos trouxe para uma nova realidade de preços, e dentro desta nova conjuntura, e antecipando um pouco a conclusão em relação aos nossos dias de contato com o modelo, consideramos que esta versão tem um valor de referência bem competitivo em termos comerciais, fruto de um equilibrado pacote de atributos.
Mas ainda antes de detalharmos nossa experiência ao volante do Crossover da marca japonesa fabricado no Brasil, aproveitamos para agradecer desde já a vossa leitura, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião e agradecendo também o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família. Outro convite é para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam as nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.
Vocês também podem encaminhar vossas perguntas sobre os modelos que testamos para o e-mail redacao@revistapubliracing.com.br, que nossa equipe terá o maior prazer em responder a todas as dúvidas que possam ter.
Moderno e mais encorpado
Em termos estéticos, uma nota de elogio imediata para a Nissan que desde a versão inicial entrega o Kicks com os para-choques, tanto dianteiro como traseiro, na cor da carroceria, entregando assim um produto muito mais atraente, desde a sua versão de entrada, deixando o acabamento final muito mais equilibrado para toda a linha, e reservando para os detalhes a diferenciação entre as versões que fazem parte do line-up do modelo atualmente.
Por exemplo, nesta nossa versão de entrada as rodas são de aço, onde são instalados pneus de medida 205/60 R16 sendo adicionadas umas calotas plásticas para melhorar a estética nesta área tão valorizada dos veículos.
Assim como os já mencionados para-choques, destaque para o aerofólio integrado na cor do veículo, assim como as maçanetas e retrovisores externos (com regulagem elétrica). Ainda na cor do veículo, a antena estilo barbatana de tubarão aplicada no teto, local onde ainda são evidentes as tradicionais barras longitudinais na cor prata.
Com linhas modernas e atraentes, o Kicks tem ainda a grade frontal em preto brilhante com detalhes em cromado, entregando um toque de sofisticação ao modelo e harmonizando com as peças em plástico preto que dão acabamento a diversos pontos da carroceria, com destaque para as molduras das janelas e área da terceira coluna.
Em relação ao grupo ótico dianteiro ele ficou muito mais moderno com a última atualização ao modelo, com sistema Follow me Home, assinatura de condução diurna e de acendimento automático, seu design contribui para uma postura mais “madura” do Kicks, mantendo as lanternas traseiras uma facilmente identificável identidade e agora com iluminação em LED.
O Kicks é um produto de linhas bem trabalhadas, moderno, de traços laterais que transmitem personalidade e que nesta última atualização ficou com um aspecto mais “robusto”.
São 1.610 (mm) de altura, 4.310 de comprimento, 1.760 de largura e distância entre eixos de 2.620. Ainda como referências importantes, o ângulo de ataque de apenas 18° e o de saída com 28°. A estes dados se juntam os 200 mm de distância para o solo, dados que mostram sua aptidão quase exclusiva para o asfalto, por isso mesmo, palmas para o elogiável e correto posicionamento da marca em relação ao modelo, denominado Crossover, deixando de lado o lugar comum, e pouco verdadeiro, de chamar SUV a veículos que na verdade estão muito longe dessa realidade. Ainda importante para seu comportamento dinâmico, o baixo peso de apenas 1.104 kg, ajudando a antecipar um resultado bem interessante em termos de eficiência.
Interior sóbrio e bem trabalhado
O acesso ao interior é realizado através de controle remoto, e nos deparamos com o habitual bom acabamento da Nissan, através de um habitáculo com correta integração das peças, interessante qualidade dos materiais utilizados e ainda baixo nível de ruídos. Com bancos em tecido preto, a linha Kicks tem alguns itens que são de série logo desde a versão inicial, casos do acendimento inteligente dos faróis ou dos seis airbags.
Nosso Kicks Sense vem ainda com apoios de cabeça dianteiros e traseiros para os 5 ocupantes, cintos de segurança de três pontos para todos, ISOFIX para fixação da cadeirinha infantil, ar-condicionado, controle de áudio e telefone no volante, que é de três raios, com acabamento em poliuretano e de textura que nos agrada particularmente, permitindo ainda ajuste em altura e profundidade. Destaque natural para o sistema de áudio com display touchscreen colorido de 7" e câmera traseira de estacionamento, com espelhamento de celular através dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto.
Naturalmente que o nosso modelo vem também como vidros elétricos para todas as portas, embora apenas a do condutor conte com o recurso do sistema de “um toque”.
Aproveitando, e já que falamos de componentes do interior, uma boa referência para o acabamento e agradável textura das peças que compõem o painel frontal, área de console central e portas, entregando uma sensação de alguma sofisticação.
Apesar de suas dimensões compactas, o Kicks é um projeto que entrega um bom espaço interno, sensação de amplitude e correta distribuição de espaços para objetos, tanto nas portas dianteiras como traseiras, com os inevitáveis porta-copos, que também têm seu espaço no console central. Resumimos o habitáculo como limpo e prático, onde os principais comandos estão bem situados e compactados.
Finalizamos nossa observação interna com uma nota para o espaço do porta-malas que entrega 432 L de volume para bagagem.
O câmbio manual contribui para uma boa experiência dinâmica.
Como referido no início do nosso texto, a versão de entrada Sense do Kicks oferece a escolha entre o câmbio manual (nossa unidade) a partir de R$ 109.290, e a mesma versão de acabamento, mas com câmbio automático do tipo CVT, a partir de R$ 119.190, praticamente 10 mil reais de diferença. Já a motorização é única para toda a linha, o quatro cilindros 16 V Flex 1.6 L (1.598 cm³) que entrega uma potência de 110 cv na gasolina ou 113 cv com etanol nas 5.600 rpm para ambos os combustíveis.
Já em relação ao torque máximo disponibilizado é de 15,2 e 15,3 kgfm respetivamente, nas 4.000 rpm. Em termos dinâmicos, e numa opinião muito particular, o câmbio manual é uma ótima solução para este tipo de proposta, muito embora também seja sentida a evolução no relacionamento entre o câmbio automático do tipo CVT e o motor nas outras versões do modelo que utilizam este conjunto mecânico. Ou seja, os ajustes realizados pela engenharia da marca no propulsor ajudaram a melhorar o desempenho do Kicks com qualquer uma das opções de câmbio.
Mas voltando ao nosso Kicks, ele se mostra muito honesto na proposta de ser um equilibrado veículo tanto para o dia a dia urbano, como para viagens em família, sensação fortalecida pelo já mencionado bom pacote de itens de série com foco principalmente na segurança.
São exemplos disso os sistemas de controle de tração e estabilidade, auxílio de saída em rampa e ainda o sistema de monitoramento da pressão dos pneus. Ainda diretamente relacionado com a segurança, os freios são ABS com controle eletrônico de frenagem (EBD) e assistência de frenagem, com discos ventilados na frente e tambor atrás, e que nunca foram um problema nas mais diversas circunstâncias a que submetemos o nosso Kicks.
Além da melhoria notada nas respostas do motor, o modelo também vem evoluindo no isolamento acústico do habitáculo o que se traduz em mais conforto para quem está no interior.
A suspensão é parte do bom resultado dinâmico, com equilíbrio entre conforto e desempenho. Com a “tradicional” escolha técnica pela configuração independente do tipo McPherson na frente e eixo de torção na traseira, a engenharia da marca conseguiu um bom compromisso, deixando o Kicks agradável e seguro de dirigir.
Ainda contribuindo para um carro de boa dirigibilidade e de respostas precisas, a direção de assistência elétrica, que é mais um dos bons argumentos para nossa nota final.
Palavras finais para o consumo, fator determinante na hora de escolher um produto para levar para sua garagem, ainda mais no atual momento dos combustíveis com preço nas alturas. Mas ainda antes do resultado, uma situação que sempre mencionamos nos testes ao modelo, que é seu tanque de reduzidas dimensões, apenas 41 litros, o que obriga a visitas mais frequentes, e naturalmente traumatizantes, ao posto de combustível. O lado bom, é que nosso Kicks, com câmbio manual, apresentou um bom resultado de 9,3 km/l em nosso habitual circuito misto e utilizando o etanol como combustível.
Conclusão do editor- O Kicks é inegavelmente um produto com a cara da Nissan. Uma mistura de sobriedade e elegância, sem abdicar de um bom nível de tecnologia e segurança. Um produto marcadamente destinado a clientes que buscam preferencialmente as referências da marca em detrimento da agilidade e desempenho. Uma nota muito positiva para um produto que desde a versão de entrada, aplica muitas das soluções estéticas e de segurança que fazem parte de toda a linha Kicks, com isso fica para trás o inevitável desprestigio das versões de entrada, geralmente chamadas, na gíria popular, de “peladas”, e que com o bom pacote apresentado, ficam cada vez mais longe desta distante realidade. Além de um bom pacote inicial, a Nissan ainda agrega nesta versão Sense de entrada, a feliz opção entre o câmbio manual ou automático, algo que amplia ainda mais a versatilidade da linha, já que, assim como nós, tem público que gosta de um câmbio manual. Finalizando, o preço sugerido nas concessionárias da marca está bem competitivo em relação ao pacote apresentado e olhando para os concorrentes no atual cenário de preços do mercado brasileiro, esta opção do modelo fabricado no Brasil, é sim, uma boa opção de compra.
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