Avaliação: Renegade Trailhawk, o mais versátil SUV compacto do mercado brasileiro

Ficha Técnica - Jeep Renegade Trailhawk

O modelo que falamos hoje é um dos que mais vem visitando nossa redação ao longo dos últimos anos. Uma das razões para essa frequência é a vasta lista de versões que fazem parte do catálogo disponibilizado no país. A outra, e não menos importante, é a regularidade com que a marca Jeep atualiza o modelo com continuas evoluções que trouxeram o Renegade para um patamar de produto bem elevado.

E é precisamente a mais completa versão do SUV compacto da marca Jeep que recebemos e com o qual dirigimos por cerca de mil quilômetros nos mais diversos cenários, urbano, estrada, terra e até pequenas trilhas, tudo para avaliar não só o nível de equipamento que entrega a versão Trailhawk, mas também eventuais ajustes na ótima mecânica 4x4 turbo diesel que fazem do Renegade o único do seu segmento a entregar esta opção, mais robusta e versátil.

É, no entanto, um produto que nas definições da unidade testada por nós, adiciona aos pouco mais de R$ 187 mil da versão, o valor de R$ 8.776 do teto solar panorâmico de abertura elétrica, e a cor, em torno de R$ 1.700. Com tudo isso, temos uma valor de R$ 197.624 (preço São Paulo), o que é bem considerável, mas que não parece fazer diminuir o interesse pelo SUV compacto em sua versão mais completa e versátil.

Mas ainda antes de falarmos especificamente do modelo que testamos por alguns dias, aproveitamos para agradecer desde já a vossa leitura, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião e agradecendo também o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família. Outro convite é para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.

Vamos lá. Esteticamente ele é um veículo com características bem definidas e que o acompanham ao longo da sua evolução no mercado brasileiro nos últimos anos. Capô alto, grade que imediatamente nos remete para o universo Jeep, ganchos vermelhos característicos da versão (dois na rente e um atrás) e uma das mais bonitas assinaturas de condução diurna em LED, circular e muito atraente.

Já que falamos em faróis, tanto os dianteiros como as lanternas traseiras bem como os de neblina são em LED, entregando uma referência luminosa externa, além de eficiente em condução noturna, bem marcante e agradável.

Os plásticos utilizados para dar acabamento ao design são muito bem trabalhados, contornando com elegância e sem exageros a carroceria, harmonizando com diversas peças em preto ou cinza escuro. Como exemplos, a faixa característica no capô do motor, grade e área envolvente dos faróis, para-choques traseiro e dianteiro, logo da Jeep e caixa dos espelhos retrovisores, que são de grandes proporções, elétricos, e com sinalizadores de mudança de direção. Ainda utilizando o preto, as molduras laterais das janelas e barras longitudinais, tudo “casando” muito bem com o teto em preto brilhante onde sobressai a área envidraçada do já referido teto panorâmico, uma das grandes novidades da última atualização e item que amplia o agradável ambiente interno.

Ainda como destaque, as elegantes rodas em liga leve de aro 17” com pneus de medida 215/60 R17 de uso misto.

Como informação complementar, referência para as principais dimensões do Renegade, que tem 4232 (mm) de comprimento, 1798 de largura, 1714 de altura e distância entre-eixos de 2570 mm. Ainda como informação relevante em termos de dimensões, e aproveitando para assim darmos inicio à descrição do interior, falamos dos 273 litros de volume para bagagem disponibilizado no porta-malas. Cabe aqui um parêntesis para uma das piores referências em termos comparativos, sendo a área onde ele perde para todos os seus principais concorrentes no segmento. Todos eles apresentam uma disponibilidade de espaço bem maior no porta-malas, sendo naturalmente destaque os 475 L do Duster (o maior de todos), mas também referências muito boas e próximas para Creta, Kicks e Captur, com 422, 432 e 437, respetivamente, ou ainda os 393 litros de HR-V e Traker.

Mas se ele perde no porta-malas, já no espaço destinado aos os passageiros a conversa é bem diferente. Amplo espaço para pernas ombros e cabeça em todas as posições, ainda que os porta-objetos, especialmente nas portas, sejam de reduzidas dimensões. Como espaço adicional o Renegade oferece uma exclusiva área sob o banco do passageiro que é acessada levantando a base do banco.

A entrada no interior é realizada através da chave presencial, e sentados no banco do motorista, imediatamente somos levados a observar a área central do painel, onde fica evidente uma as maiores telas multimídia do segmento, com 8,4” touch e conectividade através dos sistemas e Apple Carplay e Android Auto. Seu sistema de áudio distribui o som (de boa qualidade) através de 6 alto-falantes espalhados pelo habitáculo. Aliás, os espaços destinados aos alto-falantes são demarcados por uma moldura vermelha, que ainda dá acabamento a diversos pormenores no interior, tanto no painel como console central e portas. Na tela são também gerenciadas diversas funções, tanto do áudio quanto do veículo, além de disponibilizar as imagens da câmera de ré.

Os bancos são revestidos parcialmente em couro e têm uma costura vermelha, oferecendo uma boa ergonomia e uma ótima posição de condução. Todas as cinco posições têm encosto de cabeça e cinto e três pontos, sendo que os dianteiros ainda dispõem de ajuste em altura. Não falta o gancho universal para fixação de cadeira criança (Isofix), e saídas USB para o banco traseiro. Voltando ao atraente painel, destaque para o sistema de ar condicionado digital de duas zonas e logo abaixo observamos o seletor rotativo para cinco tipos de terreno. Como exemplos a opção 4x2 para ser utilizada em estrada ou em nossa rotina urbana, ainda podendo optar pelo 4x4 em pisos de baixa aderência ou selecionar a redutora para situações mais extremas de offroad.

Outro grande destaque do Renegade é seu painel de instrumentos. De 7” ele é colorido e configurável, de fácil leitura e com informações claras e bem distribuídas, é um dos mais atraentes e agradáveis do segmento, tanto de dia como de noite, quando a iluminação dá uma vida especial ao interior do modelo. Referir também que o painel de instrumentos é facilmente configurável pelos práticos comandos no volante, outro item de características bem interessantes, tanto na espessura quanto no acabamento (em couro). Já que olhamos para o volante, referir que ele incorpora borboletas para troca de marcha, e tem ajuste em altura e profundidade sendo facilmente encontrada uma posição correta para condução, aliás, bem confortável e segura no modelo, algo que é uma ótima referência no Renegade.

No console central e entre os bancos dianteiros, os já habituais porta-objetos, sendo esta área beneficiada com mais disponibilidade pela incorporação do freio de mão eletrônico. Ainda podemos observar a alavanca do câmbio com revestimento em couro, acabamento também utilizado para o encosto de braço que permite mais espaço para objetos numa caixa fechada com tampa.

Finalizando o relato ao interior e já preparando o teste dinâmico do nosso Renegade, falar do ótimo pacote de itens e tecnologia ao serviço o conforto, segurança e da versatilidade da versão.

Não faltam, piloto automático e limitador de velocidade, acendimento automático de faróis e sensor de chuva, espelho retrovisor interno eletrocrômico, vidros elétricos nas quatro portas e sensores de estacionamento traseiro. Já olhando para a segurança e dinâmica da condução, esta versão Trailhawk, assim como a todas as que utilizam mecânica 4x4 diesel, são adicionados importantes componentes para salvaguardar a integridade da mecânica em situações mais extremas, caso das proteções de assoalho, tanque de combustível, transmissão e cárter.

Ainda presentes como itens de série os indispensáveis controles de tração e estabilidade, sistema que auxilia e controla a velocidade em descidas mais acentuadas e o auxilio de saída em rampa. Um produto que fica ainda mais completo com o pacote com sete airbags, frontal, lateral e de cortina, além de joelho para o motorista.

Hora então de acionar o botão de partida do ótimo motor turbo diesel 2.0 (1956 cm³), que entrega uma potência de 170 cv a 3750 rpm. Este motor além das ótimas referências em termos de eficiência, ainda entrega uma agilidade bem interessante, com torque de 35,7 kgfm de torque nas 1750 rpm.

Este propulsor é um 4 cilindros em linha de posição transversal, com injeção direta e comando de válvulas duplo no cabeçote com correia dentada, conectado com um ótimo câmbio ZF de 9 marchas automático, reiterando que as trocas de marcha de forma manual podem ser realizadas no volante

O motor diesel é um dos importantes argumentos do modelo, já que é o único SUV compacto a entregar esta opção de motorização, que entrega, além de economia, mais versatilidade e capacidade.

E o Renegade com esta mecânica é muito eficaz, tanto na cidade, onde se mostra ágil mesmo com o giro baixo, mas também em estrada, já que se apresenta consistente e disponível, entregando respostas e retomadas com margem de segurança muito interessante. Ele ainda amplia horizontes com a possibilidade de acessar a trechos offroad através de sua transmissão integral, sob demanda, o que permite algumas aventuras mais exigentes, possíveis pela confiança numa maior proteção de toda a área inferior do veiculo e partes mecânicas mais sensíveis. Também os pneus de uso misto entregam um bom compromisso entre eficiência e conforto na estrada, ao mesmo tempo que se adaptam de forma bem interessante a terrenos de baixa aderência.

Um dos componentes que auxilia bastante no equilibrado comportamento dinâmico nos mais diversos tipos de terreno onde testamos o Renegade Trailhawk é, sem dúvida, a suspensão. Independente do tipo McPherson tanto na dianteira como na traseira, tem um ajuste bem interessante, que tanto entrega conforto como segurança em estrada, sem deixar de permitir um amplo curso, sempre fundamental para a passagem de obstáculos onde as rodas se encontram em níveis diferentes de contato com o solo e por vezes exigindo uma boa dinâmica do conjunto como na passagem de pedras, por exemplo.

Como referências os 216 mm de vão livre em relação ao solo e os ângulos de 30° (entrada) e 33° (saída). Sem dúvida que são boas referências em relação a praticamente todos os principais protagonistas do segmento, mas distante do mais capacitado de todos eles, o Renault Duster, que supera todas as referências em termos de posicionamento da carroceria em relação ao solo.

Ainda em bom nível estão os freios, que são ABS e de disco nas quatro rodas, sendo os dianteiros ventilados. Ao longo de nosso teste sempre se mostraram muito eficientes para frear os 1674 kg da versão.

Mais uma nota bem positiva para a direção de assistência elétrica e de ótimas referências ao longo dos dias de contato com o modelo, permitindo manobras rápidas e precisas, até mesmo em espaços mais apertados e sabendo nós que a estrutura mecânica necessária para levar a tração nas rodas dianteiras sempre retira um pouco da capacidade de esterçar da direção. O Renegade 4x4 ainda assim é bem fácil de manobrar ou estacionar em garagens de condomínios, invariavelmente com reduzidíssimo espaço entre as vagas ou áreas de trânsito.

Fechamos com o resultado em termos de consumo final depois de percorridos praticamente 1000 km com o Renegade Trailhawk. Entre cidade, estrada, caminhos e terra e trilhas um porco mais exigentes, foram 11,9 km/l de média (diesel), uma ótima referência o que com o tanque de 60 litros permitiu uma autonomia superior a 700 km em nosso circuito misto, sendo que podemos passar de 800 km sem necessidade de abastecer quando dirigindo exclusivamente em estrada.

Conclusão do Editor – Com 58 672 unidades vendidas até final do mês de setembro, o Renegade continua sendo o SUV compacto mais vendido no mercado brasileiro no acumulado do ano e fruto de uma vasta lista de versões com grande amplitude de preços, começando na inicial STD, com preço de referência em torno de 100 mil reais, terminando nesta versão alvo de nossa atenção que bate atualmente na porta dos 200 mil reais, uma proposta que consegue agradar e diferentes necessidades ou preferências, se adequando também a distintos cenários financeiros.

Mas sem dúvida que a versão Trailhawk é a que melhor reflete o DNA Jeep na linha Renegade. Versátil, é também a mais capaz e mais robusta de todas as que são disponibilizadas no lineup do modelo. Com espírito verdadeiramente aventureiro, a opção carrega também uma dose bem interessante de tecnologia e conforto, itens fundamentais para quem pode pagar para ter esta versão topo de linha. No final ele entregou para nossa equipe um nível de satisfação bem alto, repetindo uma avaliação que a cada nova atualização só se consolida, já que a opção 4x4 turbo diesel é uma agradável exclusividade do modelo, sendo esta versão a que entrega a essência Jeep de forma mais explicita. Resumindo, podendo pagar por ele, o resto é só diversão!

Para publicidade, apoio ou parcerias na seção Testes e Comparativos entre em contato através do e-mail: publicidade@revistapubliracing.com.br