A equipe da Revista Publiracing rodou durante alguns dias com a versão EXL (topo de linha) do Honda WR-V, uma opção mais versátil em relação a sua “inspiração”, o compacto FIT, e que apesar de substanciais diferenças, quando olhado por fora, é bem menos distante de sua referência no interior, onde pouco muda em relação ao FIT, o que sem dúvida acaba por ser positivo, já que muita coisa no FIT nos agrada.
E essa maior versatilidade do WR-V se reflete na escolha do público brasileiro, que não esconde que gosta de um veículo com apelo mais aventureiro. Apenas como curiosidade em relação aos números, até final do mês de julho foram 5395 unidades do WR-V que saíram das concessionárias da marca Honda contra as 4787 do FIT.
Mas ainda antes de falarmos especificamente sobre o modelo alvo de nossa atenção, agradecemos desde já a vossa leitura, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião e agradecendo também o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família. Outro convite é para que se inscrevam no nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.
Apesar de sua inspiração passar muito pelo compacto FIT, seu design ganhou traços distintos e até mesmo suas dimensões são mais amplas no WR-V, ajudando a consolidar a ideia de que na verdade trata-se de veículos distintos.
Com comprimento de 4.068 (mm), largura de 1.734, altura com rack de teto de 1.599 e distância entre eixos de 2.555 o aventureiro da Honda se apresenta bem mais encorpado,
Ainda como referências importantes, o peso em ordem de marcha de 1.138Kg, tanque de combustível de 45,3L e volume do porta-malas de 363L.
Antes de olharmos para dentro, uma observação ao exterior do WR-V, um hatch numa configuração de carroceria não muito comum, mais encorpado, mas claro, bem distante de se apresentar como SUV ou até mesmo um crossover.
Destaque para o grupo ótico totalmente em LED, incluindo faróis principais, de neblina, luzes de condução diurna e ainda as lanternas traseiras. Assinatura bem característica da marca está representada na grade frontal com acabamento cromado entre os faróis e barras longitudinais de acabamento em blackpiano predominante na frente do WR-V.
Outro acabamento bem característico destes modelos de perfil aventureiro são as peças em tom prata na parte inferior de ambos os para-choques, dianteiro e traseiro, harmonizando com as barras de teto longitudinais.
Destaque ainda para as maçanetas das portas e espelhos retrovisores (com luzes indicadoras de direção e rebatimento elétrico) na cor do veículo, além das molduras das janelas em preto. O hatch da Honda também não abdica das peças em plástico preto contornando toda a área inferior da carroceria, dando acabamento com outra solução bem comum neste perfil de modelos.
Finalizamos a observação externa com referência para as rodas de liga leve que são de aro 16 e onde são instalados pneus de medida 195/60 R16.
O interior do WR-V é marcado pela consistência, integridade e conforto. Um veículo que entrega características que facilmente reconhecemos nos veículos da marca. As peças do habitáculo, apesar da utilização do plástico, são bem integradas e de acabamento correto, entregando um acabamento sólido com pouquíssimos ruídos estranhos.
Os bancos são de revestimento em couro, muito confortáveis, e com encosto de cabeça em todas as cinco posições. Também com acabamento em couro é o apoio de braço central. Lembrar que o WR-V permite o chamado Magic Seat Honda – que nada mais é que um exclusivo sistema de configuração dos bancos, que permite o transporte de alguns objetos de forma prática através de diversas combinações de rebatimento. Ainda em relação aos bancos não falta o sistema ISOFIX de fixação de cadeirinhas infantis e ainda cintos de segurança de três pontos de fixação para todos os lugares.
O WR-V segue a herança do FIT com um interior que entrega muito espaço para os passageiros e objetos, com destaque para o console central com porta-copos e porta-objetos, além do não muito comum porta copos na saída de ar-condicionado do painel frontal. Espaço interno é mesmo uma de suas grandes virtudes. Sendo a EXL a versão mais completa das três disponibilizadas atualmente na linha, o modelo entrega um bom pacote tecnológico como a multimídia de 7" touchscreen com interface para smartphones Android Auto e Apple CarPlay com navegador GPS e onde são disponibilizadas as imagens da câmera de ré. A multimídia é conectada a um bom sistema de áudio com distribuição do som através de quatro alto-falantes e dois tweeters.
Ainda seguindo no interior o retrovisor interno fotocrômico (antiofuscamento), sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, piloto automático (Cruise Control), ar-condicionado digital full touchscreen com a função de ajuste automático de temperatura, finalizando com o volante multifuncional com revestimento em couro, com comandos de áudio, piloto automático e bluetooth.
Ajustando a coluna de direção em altura e profundidade e posicionando o banco de acordo com a nossa estatura, assim como no FIT ou City, a posição de condução no WR-V também nos deixa muito confortáveis, tanto em termos de tronco, como pernas e braços.
Hora de girar a chave e acionar o conhecido motor de quatro cilindros em linha 1.5 L (1.497 cm³) 16V com injeção multiponto. Um motor bem conhecido de modelos como os citados acima, e que apesar de conservador na dinâmica trabalha de forma muito inteligente com o câmbio do tipo CVT com conversor de torque e que simula 7 marchas.
O WR-V se apresenta desde os primeiros instantes com muitas das referências do FIT, ou até mesmo do City (sedã), que são um equilíbrio característico entre desempenho e eficiência. Um conjunto mecânico que está longe de ser ágil, mas também não é pachorrento, respondendo bem em giros baixos, tornando por isso mesmo o resultado em termos de consumo muito interessante, mas expondo as limitações do motor de 116 cv (etanol) quando exigimos uma pegada mais rápida, não sendo esse o perfil da proposta.
Com um torque de 15,3 kgfm a 4800 rpm, o WR-V é para o condutor pouco exigente em termos de acelerações, mas que busca uma mecânica consolidada, confiável e bem eficiente. Nossa equipe terminou o teste em nosso circuito misto, em que percorremos o mesmo número de quilômetros no perímetro urbano e na estrada, com uma média muito interessante de 11,8 km/l com gasolina.
O WR-V se posiciona distinto do FIT de uma forma muito mais estética que verdadeiramente dinâmica, já que a maior versatilidade do WR-V, principalmente para encarar desafios urbanos, como buracos, lombadas, superfícies com um pouco mais de água acumulada ou ainda caminhos de terra de baixa exigência, é uma realidade, sim, mas que exige a consciência que estamos dirigindo, apenas, um hatch compacto.
Onde foi realizado um trabalho de ajuste para a proposta foi na suspensão, que é independente do tipo McPherson na frente e com eixo de torção na traseira, solução “clássica” e de ótima calibração no caso da Honda, entregando conforto e uma postura muito confiável de estabilidade em velocidades maiores. A maior distancia em relação ao solo não afeta o resultado final em termos de dinamismo já que a engenharia da marca soube equilibrar muito bem essa necessidade de elevação da carroceria com ajuste em termos de dureza do conjunto para não afetar a segurança e até mesmo um eventual incomodo rolamento do habitáculo. Auxiliando na segurança e comportamento do modelo, referência para os sistemas de auxilio em estabilidade e tração, soluções que elevam muito o nível de segurança ao dirigir.
Os freios também são na tradicional solução de disco ventilado na frente e tambor atrás, incorporando sistemas ABS e EBD (Antilock Brake System / Electronic Brake Distribuiton).
Momento perfeito para falarmos de mais alguns itens que fazem parte do bom pacote de serie desta versão EXL e que são o auxilio de saída em rampa, os seis Airbags (2 frontais, 2 laterais e 2 de cortina), sistema de alerta de frenagem emergencial ESS (Emergency Stop Signal) e ainda o monitoramento da pressão dos pneus.
Outro ponto bem positivo do WR-V é a direção de assistência elétrica, muito rápida e precisa em todos os variados cenários de uma rotina de estrada, seja em manobras em espaços reduzidos como garagens, evasões e movimentos rápidos para evitar situações de eminente risco ou ainda em estrada, entregando precisão em velocidades maiores.
Conclusão do editor – O WR-V é um produto que parece direcionado a quem tem boas referências do FIT, mas que quer ter uma proposta de perfil mais versátil. Um ótimo produto em praticamente todos os quesitos e mesmo o conservadorismo da mecânica não prejudica sua nota final já que a calibração de motor e câmbio é muito bem trabalhada, como sempre, pela Honda.
No entanto, ele esbarra na questão comercial, e nesta versão, com preço de referência em São Paulo de R$ 108.000 já podemos encontrar algumas versões de entrada de muitos dos SUVs compactos disponibilizados para o mercado brasileiro, o que impacta no desempenho comercial do WR-V, que é sem dúvida um produto sólido e robusto, bem equipado e entregando espaço e conforto em níveis muito bons, mas que na sua essência se distancia dos anseios do perfil de cliente que compra veículos nesta faixa de preço, que já procura um design mais irreverente além de tecnologias ao serviço do conforto e conectividade que já começam a ser comuns no mercado.
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