Antes da chegada do novo Honda City, modelo que tem apresentação prevista para a imprensa já no dia 18 de novembro, nossa equipe recebeu a atual geração na versão mais completa, a EXL, nos relembrando que apesar ser urgente sua atualização em termos comerciais, ele ainda carrega muitas qualidades, as quais passamos a mostrar para vocês em nosso texto.
Mas ainda antes de falarmos especificamente do Honda City, aproveitamos para agradecer desde já a vossa leitura, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião e agradecendo também o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família. Outro convite é para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.
Quando no primeiro paragrafo ponderamos a necessidade de mudança do produto, os números das vendas expõem claramente essa realidade, não por falta de qualidade da proposta entregue hoje em dia nas concessionárias, mas muito mais pela necessidade de mudança comercial, evoluindo no design, tecnologia, segurança e eventualmente na mecânica, tudo para voltar a chamar a atenção para um produto que já apresentou um desempenho comercial muito bom.
Lembramos aqui o ano de 2010 em que a Honda teve 35 127 unidades comercializadas do City, depois, e até 2015, o desempenho sempre foi acima das 24 mil unidades anuais, chegando a 2020 com 7280 e, em 2021, apenas 5 948 unidades até final do mês de outubro, de acordo com os dados da Fenabrave. No entanto é bom destacar que este baixo desempenho comercial é muito mais reflexo da migração do público para o universo dos SUVs compactos, que propriamente perdendo espaço para a concorrência no segmento.
Como já dissemos, o Honda City continua sendo um produto muito interessante. Sóbrio e elegante no exterior, se apresenta numa postura diferenciada ao ser uma espécie de meio caminho entre os sedãs compactos como Logan, Onix Plus ou HB20s e os sedãs médios como o Corolla ou seu irmão de casa, o Civic.
Nesta versão EXL não faltam faróis Full LED com DRL integrado e acendimento automático com lanterna também em LED, espelhos retrovisores com rebatimento elétrico na cor do veículo e com luz de sinalização de mudança de direção, as maçanetas das portas são na cor do veículo, e como característica da Honda, a grade frontal misturando com muita elegância o cromado com o acabamento em blackpiano.
A frente reflete a imagem da Honda nos últimos anos com um design de para-choque frontal bem moderno e agressivo, e um pacote que fica completo com rodas de liga leve de aro 16'' onde são instalados pneus de medida 185/55R16.
A observação externa já entrega um pouco da percepção do quanto é generoso em espaço o modelo. São 4.455 (mm) de comprimento, 1.485 de altura, 1.695 de largura e 2.600 de distância entre eixos. Já que falamos de dimensões, e antecipando nossa descrição ao interior, uma das melhores referências do City é seu enorme porta malas, são nada menos que 485 litros acima da tampa assoalho e mais 51 litros de espaço útil abaixo da tampa, amplitude que se estende ao habitáculo onde o sedã da Honda é referência em seu bem especifico segmento.
A entrada no habitáculo é realizada através de abertura com chave do tipo canivete. Observando os detalhes, nos deparamos com um interior realmente muito espaçoso, e onde não faltam alguns dos recursos mais desejados pelo público. Os bancos são amplos permitindo uma boa postura tanto dirigindo como nos outros lugares, onde não falta encosto de cabeça para as cinco posições. Cintos com três pontos de fixação e Isofix para cadeira de criança também são referências importantes em segurança. O volante de acabamento em couro é multifuncional e a coluna de direção tem ajuste em altura e profundidade.
Apesar da utilização generalizada de materiais em plástico, o acabamento do habitáculo é bem trabalhado pela marca japonesa, que realiza uma correta integração das peças, proporcionando um interior sólido e bem consistente para o segmento.
Na área central do painel frontal, algumas das características tradicionais dos modelos City e FIT (o hatch do modelo) em suas últimas atualizações. Inicialmente a tela da multimídia de 7'' touchscreen com interface para smartphones Android Auto e Apple CarPlay, onde são disponibilizadas também as imagens da câmera de ré com linhas dinâmicas, tela que é integrada no painel. Já que falamos do entretenimento a bordo, referência muito positiva para o sistema de áudio que nesta versão EXL é composto por 4 alto-falantes e mais 4 tweeters, entregando um ambiente sonoro bem interessante.
Ainda como característica do modelo, e visível logo abaixo da multimídia, a área de controle do ar condicionado que é digital Touchscreen. Finalizamos com referência para o retrovisor interno fotocrômico (antiofuscamento) e os vidros nas quatro portas que são com sistema de “um toque”.
Com amplo interior, parecendo muito mais um sedã médio, o City entrega ainda o tradicional painel de instrumentos, que se destaque nos modelos da marca por uma luz que vai mudando de cor de acordo com o consumo instantâneo de combustível, sendo naturalmente verde quando a exigência ao motor é menor, ou indo do amarelo para o vermelho quando solicitamos mais potência e sobe a rotação, aumentando naturalmente o consumo.
Hora então de girar a chave e acionar o motor em alumínio 1.5 16V que entrega uma potência de 115 cv com gasolina (116 cv se abastecido com etanol), nas 6.000 rpm e torque de 15.3 kgfm nas 4800 rpm. Este propulsor é utilizado também em outros modelos da marca e é sem duvida um motor bem confiável, que a marca soube deixar muito alinhado com o câmbio automático do tipo CVT e que neste caso da versão EXL permite “trocas” no paddle shifts atrás do volante.
Uma mecânica que entrega respostas ágeis a baixas rotações, com naturais limitações em retomadas ou ultrapassagens, especialmente se mais carregado, mas proporcionando um compromisso bem interessante entre agilidade na condução urbana, com razoável capacidade em estrada. Reiteramos nossa opinião, já manifestada em outros testes a veículos da marca com esta mesma mecânica, de que a Honda sempre soube trabalhar muito bem o casamento deste motor com o câmbio, além disso, é uma mecânica muito confiável. Para carimbar o bom desempenho do Honda City o resultado muito satisfatório em termos de consumo, com 12,8 km/l de média em nosso circuito misto com o veículo abastecido nos 46L de capacidade do tanque com gasolina.
Em relação aos freios, eles são equipados com ABS e EBD e a opção é pela receita padrão, com os dianteiros em disco e na traseira a solução de tambores. Já na suspensão o City tem a configuração do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, sendo um veículo que mais uma vez manifesta em seu comportamento dinâmico uma postura bem reconhecida tanto do City como no FIT, ou seja, um veículo que não é excessivamente macio, mas consegue ser bem confortável, ao mesmo tempo, entrega uma dose de estabilidade e segurança que nos deixa bastante tranquilos apesar da ausência do controle de tração e estabilidade.
É assim um veículo de dinâmica bem equilibrada, com ótima dirigibilidade, e sua direção de assistência elétrica progressiva é mais uma ótima referência, com destaque para a forma rápida e leve que permite manobras na cidade, tendo um ângulo de esterçamento bem interessante, e entregando um diâmetro de giro baixo, muito útil nas apertadas garagens de nossos condomínios e estacionamentos públicos.
Entregue com seis airbags, frontais, laterais e cortina nesta versão, o que é uma boa referência em termos de segurança, sua maior lacuna é, como referido, a ausência dos controles de estabilidade e tração, itens hoje em dia considerados fundamentais para um nível elevado de segurança.
Resumo do editor – O City na versão EXL, ainda estará por ai durante muitos anos, seja como opção enquanto a Honda mantiver sua disponibilidade nas lojas até à substituição definitiva pela nova geração, seja ainda como uma boa opção no mercado de usados.
Apesar das ausências técnicas referidas no final do nosso texto, o pacote continua muito atraente, seja pelo bom acabamento e conforto, com destaque especial para o espaço do habitáculo e porta-malas, mas também por conta de uma confiável mecânica que consegue ser muito eficiente em termos de consumo, resumindo um produto que apesar da necessidade de se atualizar, manterá da atual geração o status de proposta bem equilibrada.
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