Uma das grandes apostas da Toyota para o mercado brasileiro nos últimos anos é o Corolla Cross. Modelo de nome controverso, já que traz para o universo das carrocerias SUV, o "clássico" Corolla, veículo que lidera à muitos anos o segmento de sedãs médios no Brasil e o carro mais vendido no mundo até hoje.
A associação a este nome tão forte, trás para o imaginário do potencial cliente, referências consolidadas do sedã, como robustez, confiabilidade e valor de revenda, entre outras.
Por isso nada mais correto, em termos de visão comercial, do que associar a versatilidade da nova proposta (Cross) a um nome tão na mente do cliente como o do sedã japonês. Assim chegou ao mercado brasileiro em 2021 o Corolla Cross. E para conhecer a porta de entrada deste novo segmento para a Toyota, recebemos para teste de alguns dias a versão XR, que apesar de seu posicionamento inicial na linha do modelo, se apresentou como uma proposta de estética muito atraente, postura sóbria e com boas referências em termos de segurança.
Mas ainda antes de detalharmos nossa experiência ao volante do modelo japonês fabricado em Sorocaba, aproveitamos para agradecer desde já a vossa leitura, deixando o espaço de comentários à disposição para interagirem conosco através da vossa opinião e agradecendo também o compartilhamento da matéria com conhecidos, amigos e família. Outro convite é para que se inscrevam em nosso canal de vídeo no youtube, além de sugerir que sigam as nossas mídias sociais no Facebook, Instagram e Twitter.
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Design moderno e muito atraente
Em termos de design, e como já referido, o Corrolla Cross se apresenta de visual muito atraente e moderno, em nossa opinião, um projeto bem mais agradável que o irmão de casa RAV4, e um modelo que pela estética ganha imediatamente adeptos.
De postura sóbria, ele tem como principais dimensões, 4460 (mm) de comprimento, 1825 de largura, 1620 de altura e uma distância entre-eixos de 2640 mm. Ainda como dados importantes, os 21° de ângulo de entrada e 36° de saída, combinados com 161 mm de vão livre em relação ao solo, são referências que antecipam um comportamento dinâmico muito mais direcionado ao asfalto que a qualquer outro tipo de terreno.
Como destaque, a frente ampla e de capô alto, o que entrega uma percepção de carro de porte maior, já que se trata de um produto que chegou para concorrer com opções como o Jeep Compass.
Os traços do Toyota Corolla Cross são reforçados com a natural utilização do plástico preto em alguns detalhes, como contorno da carroceria em toda a área inferior, passando pela caixa de rodas, elegante integração com os para-choques e harmonizando com outras peças em tom escuro, como as barras longitudinais de teto, molduras das janelas e ainda a área inferior dos espelhos retrovisores, já que a peça superior da caixa dos espelhos é na cor da carroceria, aproveitando para referir que os retrovisores externos são eletro-retráteis com regulagem elétrica e rebatimento automático ao fechar o veículo.
Ainda destaque para mais dois pormenores, o elegante spoiler traseiro muito bem integrado na continuação do teto e as esportivas rodas de liga leve de 17" com acabamento na cor prata onde são instalados pneus de medida 215/60 R17 da marca Dunlop.
Para terminar nossa observação externa, não poderíamos deixar de passar por uma das polémicas nos últimos tempos em relação ao modelo, que é o muito visível abafador do escapamento, o que ocorre devido ao para-choques em posição bem elevada (até por isso mesmo o bom ângulo de saída), mas que deixa muito exposta esta peça do veículo. Visível nos modelos que vêm chegando ultimamente nas concessionárias, a Toyota escureceu parte do escapamento para torna-la menos evidente, numa solução apenas paliativa e que deverá ter uma mudança mais técnica em futuras atualizações ao modelo, deixando o Corolla Cross mais de acordo com a solução encontrada em outros mercados.
Interior bem “resolvido” em toda a linha
Hora de passarmos para o interior do nosso modelo, com o acesso permitido pela chave com comandos de abertura e fechamento. E como falamos da versão de entrada, nota positiva para um produto que é “bem resolvido” em toda a linha, com destaque para um habitáculo sóbrio e de qualidade elogiável nos materiais utilizados, integração correta das peças e conforto de uma forma geral. Além disso, o amplo espaço é mais um argumento para uma proposta que expõem o habitual pragmatismo da Toyota, que coloca tudo no lugar certo e de forma correta, mas sem grandes inovações.
Ainda como destaques, o acabamento interno com partes revestidas de tecido preto com detalhes do painel central em Black Piano. Os difusores de ar são de acabamento na cor prata, e o volante em couro disponibiliza comandos para sistema de áudio e telefone, bem como escolha de opções do painel e algumas funções do veículo.
O sistema de áudio fica ligado na central multimídia com tela sensível ao toque, e que, segundo o site da marca (informação oficial da marca de forma pública), pode ser de 8”, 9” ou 10”, bem localizada na área superior do painel frontal e exibindo as imagens da câmera de ré.
Já o outro painel, o de instrumentos, tem visor multifunção e tela TFT de 4,2” digital e colorida, e onde, entre outras informações, são exibidas informações do computador de bordo. O Ar-condicionado é automático com duto traseiro.
Incluído no bom pacote de segurança e assistência ao condutor, os cintos de segurança de três pontos para todas as posições, fixadores Isofix para cadeirinhas infantis, e desde a linha 2023 o pacote Toyota Safety Sense, até então disponibilizado apenas nas versões híbridas, e agora disponível para todas as versões do modelo. O pacote de segurança traz o sistema de pré-colisão frontal (PCS), que usa a câmera e o radar de ondas milimétricas para detectar veículos que trafegam próximos ao carro. Ao detectar a possibilidade de colisão, o sistema alerta o motorista com avisos sonoros e visuais e ativa o freio para evitar o acidente ou reduzir os danos. O sistema detecta ainda pedestres e ciclistas.
Outro sistema disponível é o de Assistência de Permanência de Faixa, com função de Alerta de Mudança de Faixa, atuando levemente na direção, se necessário, para levar o veículo de volta ao centro da faixa. O Safety Sense traz ainda faróis altos automáticos e o Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC), que mantém a distância e a velocidade em relação ao veículo que trafega à frente.
Com encosto de braço para o motorista e ajuste do volante em altura e profundidade, conseguimos uma ótima posição de condução, além de termos disponíveis diversos porta-objetos à nossa volta, o ambiente sóbrio do Corolla Cross contribui para um habitáculo amplo e muito agradável, e já que falamos em espaço, referência para os 440 litros de volume disponível para bagagens no porta-malas.
Do interior, temos duas ressalvas a serem feitas. A ausência do teto panorâmico, para nós um item fundamental para uma maior competitividade do modelo diante da concorrência em sua faixa de preço, afinal falamos de um veículo de 160 mil reais, e ainda a utilização da solução pouco prática do freio de mão no pedal, lembrando que em outros mercados o Corolla Cross tem freio de mão eletrônico.
Dinâmica ao “estilo” Corolla
Esta versão XR testada por nós vem equipada com o conhecido motor aspirado 2.0 (1387 cm³) que entrega 177 cv com etanol (166 cv com gasolina) nas 6600 rpm. Ainda como dado técnico importante, os 21,4 kgfm de torque máximo nas 4400 rpm entregue de forma idêntica com ambos os combustíveis.
Trabalhando em conjunto com o câmbio automático do tipo CVT, que simula 10 marchas, o modelo se apresenta muito na linha do que conhecemos do sedã Corolla, ou seja, sóbrio, tecnicamente confiável, mas sem traços de esportividade, apesar da opção de escolha do modo Sport que permite dar um pouco mais de vida a todo o conjunto.
Nitidamente o conceito é o mesmo utilizado no sedã com mecânica idêntica, focado nos condutores que não têm na agilidade sua fonte de decisão na hora da compra, considerando muito mais fatores como a confiabilidade da mecânica, segurança e robustez da proposta.
O Corolla Cross se mostra assim confiável, com boa reserva de potência e um veículo de crescimento linear. Com isso ele se torna agradável para uma rotineira condução urbana, bem como oferecendo um confortável nível de segurança em estrada.
Já a suspensão, independente do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, entrega um correto compromisso entre o conforto e a eficiência em estrada, permitindo índices de confiança elevados em relação ao comportamento nas mais diversas circunstâncias do dia a dia, em performance que conta com a ajuda de tecnologias essenciais à segurança como o controle eletrônico de estabilidade e de tração.
Ainda como parte do bom pacote de segurança, uma nota muito positiva para os freios ABS, de disco nas quatro rodas, sendo os dianteiros ventilados e os traseiros sólidos.
De uma forma geral, o Corolla Cross XR se apresenta de dirigibilidade muito interessante, um carro sóbrio na sua evolução, mas de movimentos rápidos e precisos através da direção de assistência elétrica. Finalizando com um olhar para o consumo, se a versão XR não apresenta a eficiência das versões hibridas, conseguiu ao final do nosso teste, e sempre percorrendo o habitual circuito misto, um resultado bem interessante de 8,4 km/l abastecido com etanol, lembrando que o modelo tem nesta versão um peso de 1420 kg.
Conclusão do Editor – O Toyota Corolla Cross nesta versão XR, traz muita da essência do Corolla sedã para o universo dos SUVs, com uma postura sólida e robusta, sem grandes arrojos de esportividade, e onde o foco da engenharia da marca foi muito mais para a solidez e confiabilidade da proposta. Com 3861 unidades vendidas em abril e um acumulado de 14 444 veículos emplacados ao longo do ano, até final do quarto mês de 2022, o Corolla nesta opção de carroceria SUV não tem conseguido a hegemonia da versão sedã, ficando distante do líder absoluto do segmento, o Jeep Compass, recordando que o Corolla Cross vendeu em seu primeiro ano completo 34 249 unidades, ainda assim um resultado bem expressivo, numa proposta que tem nesta versão XR, com preço de referência de R$ 158.780, a porta de entrada para a linha de SUVs da Toyota, através de um automóvel que, sem dúvida, não vai decepcionar quem está de olho nas características associadas pelo público à marca japonesa.
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