O veiculo mais representativo da Honda no Brasil continua sendo o HR-V. Uma proposta que chegou inovadora mais ou menos a meio da década passada, e que logo ganhou status de referência através de linhas modernas, que misturavam através de um design raro e de muito vanguardismo, o posicionamento de um SUV, que já começava a se desenhar como o carro de eleição para o público brasileiro, e ainda curvas muito elegantes quase ao estilo de um coupé.
Esse vanguardismo o trouxe até os dias de hoje sem mudanças significativas, e tendo um histórico de representatividade expressiva com anos de liderança e ainda permitindo terminar 2021 com 38.406 unidades emplacadas, a quinta posição entre os SUVs compactos, e ficando na frente de muitos lançamentos recentes ou modelos que tiveram atualizações importantes realizadas em suas linhas.
A intervenção mais radical no HR-V ao longo do seu tempo de história foi precisamente no modelo que testamos por alguns dias, a versão Touring, que recebeu um necessário motor mais capacitado, 1.5 turbo, e ampliou o conforto do habitáculo através do teto panorâmico. Estas evoluções se tornaram fundamentais para acompanhar o mercado e as novidades que têm chegado ao longo dos últimos anos com motores turbo, mais dinâmicos e eficientes, além de mais tecnologia, conectividade e conforto. É curioso que mesmo com esta versão que se aproximou em termos tecnológicos dos seus concorrentes, ela apenas representou 8% do mix das vendas do modelo em 2021, os mesmos 8% da versão de entrada LX e bem distante das versões intermediárias EX com 37% das vendas e a preferida dos clientes, a EXL, responsável por 47% dos emplacamentos no ano passado.
É claro que ai entram fatores como o preço, já que a versão Touring já custava nas concessionárias da marca mais de R$ 170.000. Esses números em relação ao lineup do produto mostram também que os clientes da marca japonesa buscam, principalmente, aspectos que a Honda sempre soube valorizar, sua imagem de solidez e conforto em níveis bem equilibrados, através de produtos que após o seu primeiro dono sempre são muito bem vindos nas concessionárias de veículos usados, tal a velocidade com que são readquiridos e trazendo lucros para esses legistas.
Mas mesmo com toda esta capacidade de ainda atrair público para as lojas, o modelo parece viver seus últimos meses de vida no Brasil, com anuncio do fim da produção e venda apenas das unidades em stock, já que ao longo de 2022 uma nova versão deverá chegar ao Brasil.
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Como referido no inicio de nosso texto o HR-V ainda carrega traços modernos e atraentes. Suas dimensões lhe conferem um posicionamento bem no padrão dos SUVs compactos do mercado local. São 4.329 (mm) de comprimento, 1.605 de altura, 1.772 e largura e 2.610 de entre eixos. Ainda como dado importante o seu peso de 1.380 kg.
Em termos de design, destaque para a grade frontal com acabamento em blackpiano e utilização tradicional do cromado, muito ao estilo da marca. O conjunto ótico é Full LED, dos faróis principais aos de neblina, luzes de condução diurna e lanternas traseiras.
Destaque ainda para os espelhos retrovisores e maçanetas das portas na cor da carroceria, rack de teto, molduras das janelas com peças em preto que se estende para a tradicional maçaneta da porta traseira embutida na coluna C do HR-V, uma solução que, sem dúvida, entrega todo um charme especial ao modelo da Honda. Ainda em destaque, as rodas de liga leve aro 17" onde são instalados pneus de medida 215/55 R17 e de acabamento em dois tons, que harmonizam com o duplo escapamento de ponteiras cromadas que fica evidente na traseira, além das habituais peças em plástico preto que contornam toda a carroceria do HR-V. Finalizando, referência para a antena ao estilo “barbatana de tubarão” logo acima do elegante spoiler traseiro que dá continuidade ao teto, entregando mais esportividade ao modelo.
Hora de acessar ao interior do HR-V Touring o que é permitido através da chave com sensor de presença para destravamento automático das portas. O destaque imediato é para o elegante habitáculo em duas cores, com a presença do preto, mas o elegante bege sendo predominante, principalmente nos bancos (de revestimento em couro) e painel. Com isso o interior do HR-V consegue passar uma sensação de sofisticação acima do padrão do segmento.
Embora o espaço disponibilizado não seja sua maior virtude, entregando, no entanto, 393 litros de volume no porta-malas, um console central em posição elevada e de acabamento refinado, com espaço para objetos e apoio de braço, botão do freio de estacionamento eletrônico e a tradicional alavanca de câmbio colocados em posição muito confortável, destaque ainda para a tela multimídia de 7" com conexão aos sistemas Android Auto e Apple CarPlay, onde ficam disponíveis todas as tradicionais configurações do veículo e áudio, além de disponibilizadas as imagens da câmera de ré com auxilio de guias de referência. Integrada no painel em posicionamento correto, a multimídia já perde, no entanto, tanto pela sua interatividade e tecnologia, como pelo tamanho em relação às telas maiores que vêm chegando no segmento.
Logo abaixo, o ar-condicionado digital Full Touchscreen, entregando um painel frontal de muita elegância, para nós, ele continua sendo um dos destaques no segmento, tanto pela qualidade do acabamento como dos materiais utilizados, o que se reflete em condução com um baixo nível de ruídos e um bom isolamento acústico. A sensação que se tem no HR-V Touring é que estamos em um veículo de categoria superior, com a qualidade e conforto da versão sendo elevada através do teto solar panorâmico que sem dúvida veio trazer o toque de evolução que faltava ao interior do modelo.
Mas como proposta bem completa em termos de atributos, ele vem com piloto automático ou cruise control, como preferirem, rebatimento elétrico dos retrovisores e função Tilt-Down no retrovisor do lado do passageiro o que permite ajudar nos estacionamentos. Já que falamos em manobras referir que a versão Touring vem com 4 sensores de estacionamento na frente e mais 4 atrás, para auxiliar o condutor em sua rotina urbana, tecnologia que, no entanto, pode ser desligada através de um botão, se essa for a vontade do condutor. Também no espelho retrovisor do lado direito a câmera do sistema chamado pela Honda de LaneWatch que nada mais é que um assistente para redução de ponto cego, que funciona ao mostrar as imagens do lado direito do veículo na tela da multimídia no momento em que é acionada a seta para mudança de direção.
Não faltam, naturalmente, cintos de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes, Ixofix para cadeirinha infantil, vidros elétricos com função 1 toque para todos ocupantes e sistema antiesmagamento, retrovisor interno fotocrômico (antiofuscamento), sensor crepuscular que permite o acendimento automático dos faróis além do sensor de chuva, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, e já que falamos de direção, referir que o volante é de revestimento em couro e tem comandos de áudio e piloto automático integrados além das borboletas para “troca” de marcha.
Antes de acionarmos o botão de ligar o motor, mais uma lista de boas referências em termos de segurança para o SUV da Honda, já que ele vem com 6 airbags, frontais, laterais e de cortina, assistente de partida em aclives e sistemas eletrônicos de controle de tração e estabilidade.
Além do teto solar panorâmico, o que também se destaca nesta versão topo de linha do HR-V é sua exclusiva motorização a gasolina 1.5L Turbo 16V com injeção direta e comando de válvulas duplo no cabeçote, já conhecido do Civic, ele é capaz de entregar uma potência de 173 cv nas 5.500 rpm e torque 22.4kgfm entre as iniciais 1.700 e 5.500 rpm.
Para trabalhar em conjunto com o motor do SUV de tração dianteira, o já tradicional câmbio do tipo CVT que simula sete marchas e que entrega o habitual comportamento deste tipo de solução mecânica, com redução na dinâmica em relação a um tradicional câmbio de engrenagens, mas mais conforto e eficiência em termos de consumo. A engenharia da Honda trabalhou este conjunto mecânico para reações bem distintas em relação, por exemplo, ao Civic Touring. Fazemos esta comparação, apenas pela utilização de uma mecânica em sua essência idêntica, mas obviamente aspectos como o tipo de carroceria e suas dimensões, seu posicionamento em relação ao solo e outras questões técnicas como suspensão, fazem sentir reações bem distintas entre ambos os produtos. Se o Civic se apresenta rápido e pronto, no HR-V a marca configurou o veículo para uma evolução não tão dinâmica, mas, consistente e linear, guardando recursos de potencia para situações recorrentes como ultrapassagens e retomadas o que é um salto considerável em termos de segurança.
E sem dúvida que a presença deste motor de maior capacidade é algo que sobe o nível do produto, particularmente pela segurança nos recursos adicionais que o propulsor entrega, especialmente em relação aos seus irmãos de linha que utilizam o conservador, mas eficaz, 1.8 aspirado.
Palavras elogiosas para a boa configuração da suspensão, do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, entregando um bom equilíbrio entre segurança e estabilidade e naturalmente o conforto para absorver as irregularidades dos pisos quase “lunares” das nossas estradas e ruas.
Ainda muito eficazes os freios de disco nas 4 rodas com sistema ABS e EBD, sendo que os discos dianteiros são ventilados e os traseiros sólidos, mas bem adequados para a maior potência e capacidade da versão.
Já em relação à direção, área da mecânica que sempre elogiamos nos produtos da marca, ela é de assistência elétrica com um diâmetro de giro de 10,6 metros, característica sempre muito interessante, pois permite manobras em espaços menores e de forma mais prática e ágil.
Ao final do nosso circuito misto, uma média de 12,1 km/l lembrando que o modelo é abastecido exclusivamente com gasolina o que acabou por ser um resultado bem interessante pela certeza que poderia ser ainda melhor não fosse nosso “abuso” em alguns momentos em que quisemos conhecer reações dinâmicas extremas para podermos conhecer com propriedade o modelo nesta versão.
Resumo do editor – O HR-V continua, sendo um veículo de boas referências. Sejam elas estéticas, de conforto ou mesmo dinâmicas. A Honda foi tão vanguardista no momento do seu lançamento que o produto se mantém atual e com toda a certeza, mesmo saindo das lojas de veículos zero da marca, não vai deixar de ser presença desejada em lojas de usados por muitos anos, tal o grau de satisfação que o produto entrega. Nesta versão Touring ele adiciona itens que o transportam para um nível superior (também de preço), mas que reforçam seu status de referência em sobriedade e até esportividade. Ele ganhará uma nova geração nos próximos meses, mas se existem veículos que saíram de linha quando ainda estavam “por cima” e com grande vitalidade, o HR-V será um dos nomes nessa seleta lista de produtos em que os anos passam, mas a vontade do público em ter um em sua garagem, jamais.
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