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Artur Semedo

Avaliação: A evolução do Renault Duster, por dentro e por fora

Atualizado: 16 de ago. de 2020


Avaliação: A evolução do Renault Duster, por dentro e por fora

A Renault atualizou recentemente o seu SUV compacto Duster, um veículo que vinha seduzindo nos últimos anos, principalmente, pelo seu preço, espaço e status de utilitário esportivo, sem esquecer uma robustez maior que a grande maioria dos seus concorrentes no segmento.


Mas o Duster carregava o peso dos anos, e principalmente, o estigma de um carro muito “simples”, sem os itens que passaram a ser de série em novas propostas que foram surgindo neste competitivo segmento, o dos SUVs compactos.


Foi então para conhecer melhor a última atualização ao modelo, que recebemos em nossa garagem a versão mais completa do lineup, a Iconic, e que chega com preço base de R$ 94.290. No entanto, cabe desde já ressaltar que nossa unidade de teste tinha um tom de pintura que custa R$ 1.650 adicionais, ao qual ainda somamos os R$ 1.700 dos bancos revestidos com couro sintético, e ainda o Pack Outsider, que detalharemos mais na frente, adicionando a nossa conta R$ 2.300. Somando tudo isso, para você levar para sua garagem uma versão do modelo exatamente igual ao que testamos o leitor pagará R$ 99.940.

Avaliação: A evolução do Renault Duster, por dentro e por fora

Mas a Renault mexeu bastante no Duster, no entanto, sem perder a identidade do modelo. Destaques para a moderna e atraente grade frontal, que une os faróis principais, que agora têm uma elegante assinatura em LED, e que fazem parte do atraente grupo ótico dianteiro que tem ainda faróis de neblina e dois faróis adicionais que fazem parte do Pack Outsider.


Esse Pack dá um pouco mais de exclusividade para a proposta e deixado ela ainda mais aventureira, com Skis frontal e traseiro, proliferação de plásticos, como na área inferior das portas, além da moldura na área das rodas, umas inéditas “caixas” laterais onde foram instalados os sinalizadores de mudança de direção e câmeras que fazem parte do pacote de câmeras multivisão, que entrega uma visão total e 360 ° do exterior, tudo na tela da multimídia, podendo o condutor escolher a câmera que quer ter na tela no momento e solução muito interessante para uma visão muito mais ampla em manobras. As barras longitudinais de teto, os espelhos retrovisores elétricos e as modernas rodas diamantadas aro 17” completam o pacote de elementos em destaque no design externo do novo Duster.

Avaliação: A evolução do Renault Duster, por dentro e por fora

Como referido, a essência do modelo foi mantida, inclusive sua postura que aparenta robustez e uma maior versatilidade. O generoso espaço entre a carroceria e as rodas foi mantido, deixando um vão que além de posicionar a cabine em posição mais elevada, lhe confere uma versatilidade e capacidade superior a grande maioria dos seus concorrentes, muito mais urbanos, continuando a deixar para o Renault Duster esta exclusividade, pois é nele que o leitor pode arriscar ir um pouco mais além.


Como principais dimensões o comprimento de 4376 (mm), largura de 1832 (sem retrovisores), altura de 1693 e por último a distância entre eixos que é de 2673. Como referido, o Duster se apresenta com uma postura robusta, muito mais SUV que a grande maioria dos seus concorrentes, e seus 1.277 kg de peso só fortalecem essa percepção.


Faltou só referir que além do novo grupo ótico dianteiro, as lanternas traseiras são também completamente novas, acompanhando os novos “traços” da traseira, mas sem comprometer sua identidade.

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Hora então de conhecer como ficou o habitáculo do Duster, e o acesso é realizado através da chave do tipo cartão (presencial). O interior evoluiu muito para se aproximar dos cada vez mais tecnológicos concorrentes, sabendo nós que o cliente do segmento de SUVs compactos no Brasil, de uma forma geral, foca muito mais na tecnologia e conforto, que no desempenho ou outras questões mais ligadas à dinâmica da condução.


O espaço se mantem como um dos melhores tanto para os passageiros da frente como atrás, sendo também uma referência os 475 litros de volume de carga disponibilizados no porta-malas.

Avaliação: A evolução do Renault Duster, por dentro e por fora

A posição de condução sempre foi destaque para nós, deixando o condutor confortável e com ampla visibilidade para dirigir. Para ajudar, o volante (acabamento em couro) tem regulagem de altura e profundidade, e ainda disponibilizando o apoio de braço para o condutor. Ao olhar a nossa volta a renovação do interior é clara, desde o design do painel frontal e também o de instrumentos (tela TFT), passando pelas portas e bancos. Tudo é novo no novo Duster. E se ele era simples, agora vem bem mais recheado de atributos, onde destacamos, por exemplo, a nova central multimídia Easy Link 8" com Apple CarPlay e Android Auto e no caso da nossa versão com o sistema de áudio distribuindo o som através de 6 alto-falantes pelo interior, melhorando também este item que era uma anotação não tão boa dos modelos da marca. Se a central da Renault era bem simples, mas muito pratica e rápida, agora ela vem, além de maior, bem mais completa, bem posicionada, e com mais informações e opções, tornando a conectividade dentro do novo Duster algo muito na linha do atual padrão do segmento, não esquecendo a Renault de disponibilizar entrada 12V para o banco traseiro. O ar condicionado é automático e digital.

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Em termos de equipamentos de segurança e praticidade, ele também evoluiu muito, e agora fazem parte do pacote desta versão mais completa, controle de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa, assistente de frenagem de emergência, detector de ponto cego, todos os vidros com função one touch e sistema antiesmagamento, acendimento automático dos faróis e ainda encostos de cabeça para todas as cinco posições, com cintos de três pontos para todos, sem esquecer as duas posições do sistema isofix no banco traseiro. A ressalva fica por conta do limitado pacote de airbags, lembrando que falamos da versão mais completa, e que é entregue apenas com as duas bolsas frontais.


Em resumo o habitáculo do Duster evoluiu muito, bem mais moderno, mas mantendo a simplicidade e amplo espaço como principais características do modelo.


Hora então de apertar o botão start/stop e saber o que mudou no comportamento dinâmico do Duster. Em relação a motor e câmbio a mesma receita já conhecida, o 1.6 16v SCe de injeção eletrônica multiponto sequencial, naturalmente Flex, e que entrega 120 cv a 5.500 rpm e um torque de 16,2 kgfm nas 4.000 rpm.

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Através dos dados técnicos já antecipamos algo em relação a seu desempenho, uma mecânica conservadora, que foca essencialmente no cliente do segmento que parece não estar muito preocupado com desempenho, mas muito mais com o “status” SUV, o espaço, a segurança e naturalmente a conectividade.


E agilidade é mesmo onde o Duster mais perde para as novidades que vêm chegando ao segmento, e que utilizam novos motores turbo, mais eficientes e mais ágeis, muito embora o ajuste fino para o casamento motor/câmbio seja bem melhor no Duster (mais solto) que em seu irmão Captur (mais preso) e que utiliza a mesma mecânica. Vale ainda lembrar que importantes protagonistas no segmento como o Nissan Kicks e Hyundai Creta, utilizam mecânicas muito idênticas, no caso do modelo japonês ela é praticamente a mesma.


Mas se ele perde na agilidade, ganha na versatilidade e principalmente na robustez. O Renault Duster vai mais além em relação a outras propostas do segmento. Ângulos de entrada e saída, capacidade para encarar desafios urbanos (buracos e lombadas) e até uma rara capacidade para alguns caminhos de terra, muito por conta da sua elevada distância em relação ao solo. Responsável por entregar muito deste comportamento é a suspensão, do tipo MacPherson de triângulos inferiores na frente e semi-independente com barra estabilizadora na traseira, o novo ajuste mantem intacta sua capacidade de encarar desafios, mas melhorando no conforto sem perder eficiência em estrada. O Duster ficou muito equilibrado no que toca a versatilidade que se pede a um SUV ainda que compacto. Os pneus têm sua cota de responsabilidade no bom comportamento geral do carro, de uso misto eles são nesta versão de medida 215/60 R17, e potencializam o conforto entregando uma relativa capacidade de tração em cenários menos favoráveis de aderência.

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A tração é dianteira e o modelo utiliza o conhecido câmbio automático CVT X-Tronic, solução que simula 6 marchas, e que tem sua natural evolução programada para um menor consumo, sem grandes arrojos de esportividade. Onde o veículo também evoluiu muito foi na direção, agora elétrica, ela ficou mais leve e precisa, muito apropriada para as manobras urbanas. Oportunidade para falar do conforto ao dirigir, seja através da já referida boa posição de condução, ou ainda do agradável volante de espessura muito adequada para a proposta, além dos bancos dianteiros, que têm um apoio lateral de dinâmica bem interessante para “segurar” o corpo nas mais diversas manobras.


Hora de falar dos freios. Aqui a Renault utiliza a receita praticamente generalizada de sistema ABS, com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, solução conservadora, mas que se mostrou, no entanto, muito eficiente em todos os momentos.


Terminamos falando do consumo. O Duster tem um tanque para 50 Litros de combustível, e em nosso circuito misto, abastecido com etanol, o SUV da Renault chegou ao final do teste com média de 7,4 km/l, se não decepciona, também não é um fator de destaque, e a intensidade do pé direito no pedal vai fazer toda a diferença na hora de fazer as contas dos gastos em combustível.

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Resumo do editor – O Duster chegou bem renovado, e essa intervenção era fundamental para a Renault manter o modelo como um dos protagonistas no mais competitivo segmento da atualidade no Brasil. As marcas não param de lançar novas propostas além de atualizar as já existentes, com modelos cada vez mais tecnológicos e mais conectados. E a marca francesa soube interpretar essa necessidade, e muito importante, deixando intactas as principais virtudes da proposta, que são uma maior robustez e capacidade quando comparado com a concorrência. Mas fatores como um conjunto mecânico já pedindo uma renovação e apenas dois airbags frontais para todas as versões, podem condicionar as vendas, especialmente neste momento em que o cliente tem muitas opções no segmento. Talvez o número de 1422 unidades comercializadas em Julho mostre exatamente isso, volume inclusive menor que os 1921 emplacamentos de junho, no que pode ser um sinal de alerta ou apenas uma circunstância pontual, já que entretanto chegaram novas propostas ao segmento, com apostas ferozes em termos de equipamento. Pessoalmente, sempre tivemos um carinho muito especial por este modelo, prático, simples, de preço competitivo, e mais próximo da essência de utilitário esportivo, que é equilibrar o conforto urbano com uma rara (nos modelos do segmento) capacidade para ultrapassar alguns obstáculos. E ele se renovou, evoluiu, restando saber se essa evolução foi o suficiente para amentar seu protagonismo no segmento.


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