Alguns meses atrás ele foi alvo da nossa atenção em sua versão mais versátil, a 4x4 diesel, de ótimas características no asfalto, mas principalmente capaz de proporcionar aventuras muito interessantes no off-road e tudo isso com a economia da motorização diesel. Desta vez ele veio até nós para o teste na versão mais adaptada a um quotidiano urbano, a 1.8 Flex AT Limited.
Com 33 048 unidades emplacadas no primeiro semestre de 2019, ele vem estabelecendo mais um período de liderança no segmento dos SUVs compactos. Atualmente seu principal oponente é o Nissan Kicks com 25 826 unidades vendidas em igual período, logo seguido pelo Hyundai Creta que já viu sair das concessionárias 24 247 unidades do modelo.
Se a esta lista adicionarmos o Compass, seu irmão maior, o domínio é completo da Jeep, já que esta proposta é o que mais se aproxima do Renegade em termos de desempenho comercial, com 28 033 unidades emplacadas. Com isso fica claro que a marca do grupo FCA parece ter descoberto a receita ideal para o sucesso, resultado influenciado por uma vasta lista de versões e amplitude nos preços, o que acaba por permitir que diversos perfis (e carteiras) de clientes tenham acesso ao mesmo produto, no entanto com diferenças consideráveis em seu conteúdo. Na linha 2020 do modelo, a inicial versão Sport, com idêntico conjunto mecânico, é vendida por R$ 89 990, já a versão alvo de nossa atenção neste teste, a Flex Limited, tem preço sugerido de R$ 109 990, e a mais apelativa de todas elas, a 2.0 Turbo Diesel 4x4 Trailhawk tem preço anunciado a partir de R$ 145 990. Com isso fica claro nosso comentário. Uma larga faixa de preços onde a Jeep consegue encaixar, não só diferentes perfis de utilização, mas também de poder de compra.
Mas vamos falar do nosso modelo. Como principais dimensões, seu comprimento de 4,23 metros; largura de 1,80 m; altura 1,68 m; e entre eixos de 2,57 metros. Nosso olhar é imediatamente direcionado para as esportivas rodas em liga leve de aro 19'', onde são instalados pneus 235/45 R19 de perfil mais baixo, deixando bem evidente sua vocação para o asfalto. Já na frente o destaque fica por conta do belíssimo jogo de faróis em LED, posicionados logo acima do para choques, com os faróis de neblina em posição inferior e os sinalizadores de mudança de direção em posição central.
Destaque natural para o característico DRL circular, algo que acentua a identificação do Renegade com a marca e deixa modelo irresistível ao olhar. Os para choques são em plástico na cor preta, harmonizando com as peças de cor idêntica que contornam toda a parte inferior da carroceria, passando pela caixa de rodas, e ainda as molduras das janelas. Bem elegante, esportivo e evidente é o teto na cor preto brilhante onde ainda são instaladas as barras longitudinais, tudo bem distribuído e harmonioso.
Ainda antes de passarmos para o interior a necessária referência para os espelhos retrovisores que são, nesta versão, da cor da carroceria e têm repetidores de sinalização de mudança de direção, as maçanetas das portas, também elas na cor do veículo, e a grade dianteira com acabamento cinza e cromado, para dar o refinamento que o modelo merece.
O acesso ao habitáculo é feito através da chave presencial, com apenas um toque na maçaneta de abertura, e após a entrada muitas das razões que fazem do Renegade um sucesso, ficam evidentes de imediato. Primeiro o tipo de materiais utilizados no painel, adicionando ainda plásticos de boa qualidade e ótima integração entre as peças, e o volante, com acabamento em couro, proporcionando um interior sólido e muito robusto. Já os bancos também têm acabamento parcialmente em couro com encosto de cabeça nas cinco posições e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes e com a particularidade de os dianteiros terem ajuste de altura.
Destaques ainda para a maior tela multimídia do segmento, de 8.4" touch, com Apple Carplay e Android Auto, sistema de áudio distribuído pelo interior através de 6 alto falantes (boa qualidade), e comando de voz, USB e Bluetooth. Além de pratica e intuitiva, a tela da multimídia tem ainda uma ótima localização, facilitando a observação e utilização sem prejudicar a segurança.
Ainda na tela são disponibilizadas as imagens da câmera de ré e as linhas dinâmicas de segurança, sistema que tem ainda sinais sonoros de alerta, e que auxiliam nas manobras de estacionamento do Jeep Renegade .
Continuando a extensa lista de comodidades, destacamos o ótimo espaço para cinco adultos, com o freio de mão eletrônico ajudando na “limpeza” do console central, que fica assim disponível para possibilitar diversos espaços como porta-copos ou porta-objetos, sejam eles abertos, ou, como o apoio de braço central, fechado. Como particularidade de alguns modelos da marca o fato de sob o assento do banco do passageiro também existir mais um útil porta objetos que pode inclusivamente servir como cooler para uma água fresquinha. Já que falamos de espaço interior, momento ideal para referir que o amplo espaço interno comprometeu o volume disponibilizado no porta malas, apenas 320 litros, o que representa um dos menores entre os modelos mais vendidos no segmento.
O ar condicionado é dual zone e completa um ótimo pacote de conectividade e conforto que trás ainda sensor crepuscular e de chuva, e naturalmente piloto automático. Como itens opcionais, podemos destacar inicialmente, e talvez o mais importante de todos eles, o teto panorâmico elétrico, que naturalmente entrega um charme todo especial ao veículo, e que nas concessionárias da marca tem o preço estimado de R$ 7 100, além disso, tem também os bancos em couro marrom, com preço adicional de R$ 1 200. Já na segurança ele também chama a atenção nesta versão Limited. São sete airbags, frontais, laterais e cortina, além de joelho para o motorista. Além disso, freios ABS e de disco nas quatro rodas (ventilados na frente e sólidos atrás), controle de estabilidade e tração, controle eletrônico anti capotamento e auxilio de saída em rampa.
Com todo este conteúdo, e muito bem posicionados no banco do condutor, olhando para o dinâmico e colorido painel de instrumentos digital de 7” configurável, acionamos o botão de partida do já conhecido motor dianteiro, transversal, de 4 cilindros em linha, 1.8 de 16V, injeção eletrônica, e Flex. Este propulsor entrega 139/135 cv a 5.750 rpm, com etanol e gasolina, respetivamente, e torque de 19,2 e 18,7 kgfm a 3.750 rpm para ambas as opções de combustível.
De tração apenas dianteira em todas as versões Flex, o Renegade vem com a transmissão automática de 6 marchas que casa muito bem com este motor, proporcionando trocas de marcha suaves e inteligentes . Aliás, esta mecânica é de muita versatilidade já que é a escolhida para vários produtos da FCA, Jeep e Fiat, mas que com ajustes específicos para cada tipo de veiculo, consegue entregar uma boa solução para todas elas. Naturalmente esta proposta não tem a versatilidade da versão 4x4 de motor turbo diesel, o mundo ideal, e nem a agilidade de um motor turbo a gasolina ou Flex, como já oferecem outros concorrentes. É, no entanto, uma receita equilibrada para quem usa seu veículo principalmente em asfalto, tanto na cidade como em estrada, cenários onde esta versão se sai muito bem, e sem grandes arrojos de esportividade, mas com suavidade no deslocamento, elegância e conforto. Além disso, rodas de 19 com pneus de perfil mais baixo, trabalhando em conjunto com a suspensão do tipo Independente McPherson nas quatro rodas, manifestam o bom trabalho de acerto realizado pela engenharia da marca, com o Renegade sempre muito estável e de reações previsíveis. A suspensão, além do bom comportamento, mantem a estrutura em contato com o solo nas mais diversas circunstancias ao qual nosso veículo foi confrontado, é também capaz de satisfazer um vasto leque de perfis de condutor, mostrando um equilíbrio bem interessante entre conforto e estabilidade. Outro item mecânico com nota positiva é a direção elétrica, de giro rápido e movimentos precisos, ela passa muita confiança quando subimos a velocidade, com o necessário endurecimento ficando evidente.
Com um peso de 1.527 kg e sempre abastecido com etanol, a média do nosso habitual circuito misto foi de 7,8 km/l, o que acabou por ser um bom resultado, já que as referencias oficiais dos testes do INMETRO apresentam valores de 6,4 e 8,0 no etanol, e 9,4 e 11,0 km/l na gasolina, em circuito urbano e estrada respetivamente. O resultado é auxiliado pelo sistema stop/start que desliga o motor nas paradas habituais do transito nas cidades, auxilio técnico que entrega, segundo os especialistas, uma redução de até 5% no consumo de combustível, levando menos vezes o condutor ao posto para abastecer o tanque com capacidade para 60 litros, volume muito adequado para a proposta.
Resumo do Editor – O Jeep Renegade na versão Limited 4x2 Flex, ajuda a perpetuar por mais algum tempo o domínio da Jeep no segmento, já que carrega além do visual característico da marca, itens que deixam a proposta moderna e atraente. No habitáculo ele é muito agradável e de boa qualidade no acabamento. Se tudo isso não bastasse, ele leva a segurança para níveis bem elevados, com ótimos resultados nos testes do LATIN NCAP, além de carregar recursos que ajudam não só nessa questão, como também na dirigibilidade. Tudo isso em doses bem interessantes de tecnologia, especialmente quando o comparamos com os concorrentes de preço equivalente. Resta referir que se você busca um SUV compacto para a família, sem a pegada jovem e irrequieta de um concorrente com motor turbo, então o Renegade Flex Limited é um pacote de excelência, onde não falta estilo, segurança e muito conforto para a família.
Jeep Renegade 4x2 Flex Limited
Design 8
Espaço e Conforto 7 Tecnologia e Conectividade 8
Acabamento 8
Motor / Consumo 7
Transmissão 8
Suspensão 8
Direção 8
Freios 8
Segurança e Auxílios 8
Total 78