Recebemos para alguns dias de teste um veículo que foi o maior lançamento (atualização) da marca Chevrolet em 2018 no Brasil. Um modelo que tem seu espaço importante no mercado brasileiro, principalmente como proposta destinada a famílias numerosas que necessitam de uma opção de veículo com sete lugares, ou ainda como objeto de desejo para muitos dos profissionais espalhados pelo país que trabalham com o transporte de passageiros.
A razão é, principalmente, seu generoso e praticamente inigualável espaço para bagagens no porta-malas, se utilizado na versão de cinco lugares, ótimo para permitir o transporte de volumosas malas de viagem, o que ocorre com frequência especialmente com taxistas que tenham como origem e destino importantes aeroportos internacionais.
Num levantamento realizado pela Revista Publiracing dois anos atrás, 60% das preferencias destes profissionais do volante era, naquele momento, para o modelo que falaremos hoje, o Chevrolet Spin na versão Activ, a mais completa e atraente de todas elas.
O espaço é um de seus argumentos mais fortes, com 4.415 (mm) de comprimento, 1.764 (mm) de largura ou 1.953 (mm) com os espelhos retrovisores, 1.689 (mm) de altura e ainda 2.620 (mm) de entre eixos.
A nova minivan da Chevrolet mudou principalmente na frente, que incorpora agora a identidade atualizada da marca norte americana. São destaques os novos faróis e lanternas traseiras, bem como a característica grade frontal preta com o inevitável friso cromado que contorna a peça e leva ao centro, onde fica posicionado de forma evidente o logo da marca. Os faróis de neblina são envolvidos por molduras plásticas de cor escura que fazem parte do para choques, que além a cor do veículo, e do preto, tem ainda, detalhes em prata brilhante. O plástico preto, além de ser preponderante também na traseira do Spin, contorna toda a parte inferior do veículo, passando pela caixa das rodas, com peças adicionais protegendo as portas, no que é uma solução comum para dar aquele ar de exclusividade a algumas versões, especialmente as mais “aventureiras”. Ainda destaque para as maçanetas das portas que são na cor da carroceria, os espelhos retrovisores externos, elétricos e na cor preta brilhante, as barras de teto longitudinais, e as rodas de 16“ em alumínio, exclusivas da versão Activ e onde são instalados pneus de medida 205/60 R16.
Já no interior o destaque é naturalmente o espaço. Como referido o Spin nesta versão Activ é vendido em duas configurações de cinco ou sete lugares, com vantagens em cada uma das opções. Se optando pela versão de cinco lugares sobram 710 L de volume no porta-malas, ou a possibilidade de escolher a opção de 7 lugares, já vocacionada para atender famílias numerosas e onde a modularidade permite baixar a terceira fila para quando ela não é necessária.
Em conforto, tecnologia e conectividade a Chevrolet entrega os principais itens disponibilizados na faixa de preço anunciado pata a versão, R$ 88.590. São bancos em tecido exclusivos da versão e de boa ergonomia, e onde o destaque é o bordado na cor da carroceria com o logo da versão estampado nos bancos. A segunda fileira é corrediça, bipartida e rebatível, e ainda a terceira fila, que também permite rebatimento quando não utilizada, disponibilizando a totalidade do volumoso e já mencionado porta-malas. Para situações extremas, rebatendo também a segunda fileira, o volume vai de 952 L a 1.608 L, e se utilizado todo o espaço disponibilizado. Por isso mesmo o Spin é o modelo mais utilizado na atualidade em frotas de táxis e prefeituras para o transporte de passageiros que utilizam cadeira de rodas.
Como argumentos para justificar os quase 90 mil reais, a versão Activ vem com alerta de pressão dos pneus, ar condicionado, vidros elétricos em todas as portas com acionamento por "um toque", anti esmagamento, e fechamento e abertura automático pela chave, maçanetas internas cromadas, sensor de estacionamento traseiro, controlador de velocidade de cruzeiro, cintos de segurança de 3 pontos e encostos de cabeça nas cinco posições, com fixação de cadeiras para crianças "Isofix e Top Tether". Ainda podemos referir a câmera de ré, o sensor de chuva com ajuste automático de intensidade, acendimento automático dos faróis através de sensor crepuscular, e por último, limpador e lavador elétrico do vidro traseiro de serie em todas as versões do modelo.
Já a central multimídia vem com o Chevrolet MyLink, disponibilizado através da tela LCD sensível ao toque de 7", integração com smartphones através do Android Auto e Apple CarPlay, radio AM-FM, entradas USB e Aux-in, conexão via Bluetooth e sendo um Chevrolet não podia faltar o exclusivo sistema da marca, OnStar. O sistema de áudio é distribuído através de quatro alto falantes e também evoluiu em qualidade em relação à geração anterior do modelo, algo fundamental para quem apela para o bem estar interno como argumento.
Com espaço generoso para os cinco passageiros, e as normais limitações na terceira fila, ele no entanto, permite o transporte de passageiros de envergadura maior sem o aperto natural de joelhos em relação aos bancos da frente e distância da cabeça em relação ao teto. Afinal espaço é seu principal cartão de visita.
Antecipando nosso teste dinâmico, destacamos negativamente a ausência do hoje em dia imprescindível, controle de estabilidade, bem como o nível básico de proteção em airbags, com apenas duas bolsas frontais.
O motor é o conhecido 4 cilindros em linha, 1.8 Flex de 8 válvulas, capaz e entregar com gasolina 106 cv a 5200 rpm, ou 111 cv com etanol, potência máxima disponibilizada também nas 5200 rpm. Já o torque anunciado pela marca é de 16,8 mkgf na gasolina nas 2800 rpm ou 17,7 mkgf um pouco mais cedo a 2600 rpm, quando abastecido com etanol.
Desde os primeiros quilômetros ficou claro que ouve um ajuste no casamento do motor com o câmbio automático de 6 velocidades, agora com um crescimento mais linear, privilegiando o conforto com passagens de marcha mais suaves e corretas, especialmente quando comparamos com o modelo anterior testado por nós em 2017, ouve aqui nitidamente uma evolução. No entanto o motor poderia ter dado um passo em frente, e com o carro pesado fica difícil, e até mesmo arriscado, realizar manobras como retomadas e ultrapassagens mais exigentes. É claro que no dia a dia da cidade ele ganhou conforto e até mesmo dinamismo, está mais ágil e de respostas mais rápidas, no entanto, seu nível de consumo ainda continua distante do ideal, com média em nosso circuito misto de 7,6 km/l, muito especialmente se considerarmos que 90% do teste foi realizado com apenas uma ou duas pessoas no seu interior, exigindo assim visitas mais regulares ao posto para abastecer os 53L de combustível do tanque.
Aproveitamos para referir que o Spin repetiu o ótimo posicionamento do condutor, que encontra facilmente uma posição confortável para dirigir, com boa visibilidade e assim interpretar corretamente as reações da Minivan. A suspensão, independente na frente do tipo MacPherson, e eixo de torção na traseira, privilegia o conforto e a absorção das irregularidades, mas exigindo cuidado especial em curvas realizadas em velocidades mais elevadas ou até mesmo com correções mais bruscas, reação provocada pelo elevado centro de gravidade e alguma excessiva suavidade, o que acaba por entregar uma tendência para a inclinação da carroceria o que com a ausência do controle de estabilidade alerta para o fato de ter cuidados acrescidos quando a necessidade em termos de velocidade for maior. A direção é de assistência elétrica e progressiva e sempre se mostrou honesta nas reações. Já que falamos de direção, referência para o volante, que tem ótima textura e espessura, e vem com controle das funções do rádio, telefone e piloto automático.
Outra questão que ainda requer evolução é a proliferação de peças plásticas no interior, que apesar do acabamento cuidado e solidez bem interessante, este tipo de material acaba inevitavelmente com o tempo por acelerar o surgimento de ruídos desagradáveis no interior do nosso Spin.
Em termos dinâmicos ainda uma referencia para os freios, que são de disco na frente e tambor atrás, e em nosso teste sempre se mostraram eficientes, até mesmo porque o modelo não é um veículo para grandes aventuras esportivas como mostra a conclusão de nosso teste.
Conclusão do editor – Como rei e senhor de um segmento muito especifico, é elogiável a atitude da Chevrolet de não deixar órfão o cliente que necessita deste perfil de veiculo. Se em fevereiro foram 1134 unidades comercializadas, já em março esse número praticamente dobrou, e cresceu para 2037, o que permitiu um acumulado nos três primeiros meses do ano de 5141 unidades emplacadas (dados Fenabrave), com especial referência para a mais atraente de todas elas, a Activ, alvo de nossa matéria.
Como referido ele é um veículo para quem necessita de espaço mais generoso no porta-malas ou ainda da opção dos dois lugares extras na versão L7 testado por nós. Uma versatilidade que agrada ao mercado, útil para muitas famílias e principalmente para quem trabalha com transporte de passageiros. Sem grandes pretensões em termos de esportividade, é muito mais uma receita equilibrada para viagens serenas, tranquilas e confortáveis, com bom espaço interno e entregando os principais itens do momento, nesta faixa de preço, em termos de tecnologia e conectividade. A segurança foi deixada um pouco de lado, e o nível básico de airbags e ausência do controle de estabilidade pode condicionar na decisão de quem tenha esse fator como decisivo no momento da compra. No entanto se atento no dia a dia as limitações aqui apresentadas, e o fato da Minivan Spin estar esteticamente bem mais atualizada e atraente, ela deve ser considerada para ocupar um espaço em sua garagem, claro, se você se enquadrar no perfil de cliente descrito em nosso teste.
Fotos: Revista Publiracing e Chevrolet/Divulgação
Avaliação: Chevrolet Spin Activ L7
Design 7
Espaço e Conforto 8
Conectividade e Tecnologia 7
Acabamento 7
Motor / Consumo 6
Transmissão 7
Suspensão 6
Direção 7
Freios 7
Segurança e Auxílios 6
Total 68