A Revista Publiracing recebeu para teste um dois mais desejados veículos da atualidade no mercado brasileiro, o Jeep Compass. Carregando uma história dedicada ao mundo off-road, a marca do grupo FCA conseguiu reunir no Compass Limited de motor Diesel e tração 4x4 as principais virtudes dos modernos SUVs.
Utilizando a mesma plataforma do seu irmão menor, o Jeep Compass oferece duas motorizações como opções para o mercado brasileiro. Inicialmente as opções do motor 2.0 Flex e tração 4x2 entregam os principais recursos da grande maioria dos SUVs, compactos ou médios, ou seja, posição de condução elevada e uma boa dose de conforto e exclusividade, sem esquecer os recursos de segurança e tecnologia. Já com as versões 4x4 diesel ele adiciona argumentos que poucos têm, como uma maior capacidade no off-road, fruto da tração integral, bem como a eficiência e economia do ótimo motor diesel. Sempre com boas doses de equipamento e itens de série para todas as versões, o Compass vem conseguindo números impressionantes para um SUV médio, superando ao longo de praticamente todo o ano de 2018 os SUVs compactos, e olhando de frente para apostas que têm a marca da qualidade e inovação como, por exemplo, o Peugeot 3008, o renovado CR-V da Honda, exclusivamente com versões de tração integral e agora com o motor 1.5 turbo do Civic ou ainda o potente (mas sem opção diesel) Chevrolet Equinox.
E ainda antes de falarmos exclusivamente do modelo que testamos por alguns dias, alguns números que impressionam. Em 2018 foram nada menos que 60 284 unidades emplacadas do Compass nas mais diversas versões, o que representou a 9ª posição na lista dos veículos mais vendidos ao longo do ano. Já nos dois primeiros meses de 2019, foram 4109 unidades que saíram das concessionárias em janeiro, e no menor mês do ano, fevereiro, acabou por apresentar um desempenho ainda melhor, com 4371 veículos emplacados, segundo os dados da Fenabrave.
Foi então com este impressionante retrospecto que recebemos em nossa redação uma das versões mais completas e desejadas do SUV médio da Jeep, o Compass Limited 4x4 Diesel.
Em nossa habitual observação externa a diferença em termos de proporção para seu irmão Renegade é notória. Suas principais dimensões são: Comprimento de 4,41 m - largura 1,81 m - altura 1,64 m e entre-eixos de 2,63 m. Na frente a habitual imagem da marca da Jeep com destaque para a curvatura do para-choques dianteiro, favorável e ampliando o ângulo de ataque do modelo. Quanto aos faróis eles são em xênon, com assinatura em LED e DRL, e complementados com os inevitáveis faróis de neblina. Aproveitando, damos uma passada pela traseira onde as lanternas também têm assinatura em LED.
Utilizando um dos argumentos da atualidade, as duas cores ajudam a destacar a silhueta do modelo, especialmente a cor escura que fica em destaque no teto (opcional panorâmico por R$ 8.300) e revestimento externo das colunas das portas. Este tom preto ajuda também a harmonizar com a cor dos plásticos que contornam toda a parte inferior do veículo passando pelas caixas das rodas. Ainda na parte superior do Compass uma referência para o elegante rack de teto cromado, acabamento ainda utilizado de forma elegante em toda a extensão das janelas do veículo. Os espelhos retrovisores são na cor da carroceria, rebatíveis e elétricos, e incluem os sinalizadores de mudança de direção. Também são na cor escolhida para nosso Compass as maçanetas das portas externas.
Finalizando a observação externa, não podíamos deixar de referir as bonitas rodas de liga leve de aro 19'' onde são instalados pneus de medida 235/45, “sapatos” dignos para um modelo que não esconde sua verdadeira essência SUV, grande e imponente, sem medo de um off-road mas requintado no interior. É então para lá que vamos, para dar continuidade ao teste com o Jeep Compass na versão Limited.
O acesso à cabine é realizado através da chave presencial que permite abertura de portas e vidros.Já no interior observamos que uma das grandes virtudes do Jeep Compass é o nível de equipamento e acabamento. Além de uma extensa lista de itens de conforto e segurança, ele entrega muita qualidade nos materiais utilizados e no espaço para todos os cinco ocupantes. Como esta versão avaliada pela nossa equipe, a Limited, é uma das mais completas do catálogo, naturalmente o SUV se apresenta bem recheado – vamos então aos destaques.
Começamos pelo importante nível de segurança com bolsas de airbag frontais, laterais, de cortina e de joelhos para o condutor. Os bancos são parcialmente revestidos em couro e sentados no do condutor podemos ajustar o volante (ótima textura e tamanho) em altura e profundidade, entregando o Compass uma ótima posição de condução e o conforto do apoio de braço central com porta objetos. Também não falta espaço para os cinco ocupantes, todos com cinto de três pontos, item de segurança que é ajustável em altura nos bancos da frente. Encosto de cabeça nas cinco posições e sistema Isofix para fixação de cadeiras infantis também fazem parte do pacote em todas as versões do Compass. Como curiosidade o porta objetos sob o assento do banco do passageiro dianteiro, prático de ser utilizado e muito útil em diversas circunstâncias do nosso dia a dia. Já que falamos em espaço, momento ideal para uma referência aos 410L de volume disponíveis no porta-malas, e que podem naturalmente ser consideravelmente aumentados com o rebatimento dos bancos, total ou parcialmente (40/60).
Cabe agora um parênteses para falar do Pack High Teck que é opcional e tem um custo de R$ 8.700 e adiciona importantes itens de conforto como o Piloto automático adaptativo, aviso de mudança de faixas, sistema de farol alto com comutação automática, aviso de colisão frontal, tomada auxiliar de 127V, abertura eletrônica do porta-malas, banco do motorista elétrico (8 posições) e o sistema de som Premium Beats de 506 W (8 alto-falantes + subwoofer). Ainda opcional e aplicado pelo preço adicional de R$ 8.300 um item que consideramos fundamental para este perfil de veículo, o teto solar elétrico panorâmico, algo que adiciona muito ao conforto e bem estar dos passageiros.
Continuando a descrição ao interior da cabine, uma merecida referência para as peças que são, em sua grande maioria, emborrachadas, bem acabadas, proporcionando um interior sólido, sem ruídos, inclusivamente os que têm origem no exterior, que são barrados pelo ótimo isolamento acústico do Compass. A cabine é bem sóbria e elegante, sendo por vezes até difícil perceber o som característico do motor diesel. Recorrente também é olhar à nossa volta e sentir que estamos num veículo de categoria superior.
O ar condicionado é automático e dual zone, a multimídia com tela touch de 8.4'' tem câmera de ré integrada, com Apple Carplay e Android Auto, comando de voz, rádio integrado ao painel com RDS e porta USB e conexão via Bluetooth. O sistema de áudio é distribuindo através de 6 alto falantes. Indispensáveis hoje em dia, com tantos aparelhos eletrônicos em casa, as tomadas 12V e no Compass são duas, uma delas no porta-malas.
Terminamos nossa observação ao interior falando do painel de instrumentos, disponibilizado através de uma tela TFT colorida de 7'' que apresenta as informações de forma bem dinâmica, intuitiva e elegante. Aqui podemos monitorar, por exemplo, a pressão dos pneus, distância percorrida, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso, entre muitas outras informações.
Hora então de deixar para vocês nossa opinião sobre o Compass em movimento. Mas ainda antes, mais uma lista de itens de auxilio, conforto e segurança que fazem parte deste pacote da versão Limited do SUV médio da Jeep.
Ele vem com freio de estacionamento eletrônico, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva e de estacionamento traseiro, piloto automático, limitador de velocidade, bem como limpador e desembaçador dos vidros traseiros. Já nos auxílios à condução destacamos os sistemas que ajudam na saída de subidas e descidas, o controle de tração e estabilidade, e naturalmente o ABS, que faz parte do conjunto de freios que é de disco nas quatro rodas (os da frente são ventilados).
Hora de dar partida ao motor diesel, dianteiro e transversal, de 4 cilindros em linha, 2.0 turbo diesel de 16V. Este motor entrega 170 cv a 3.750 rpm com um torque de 35,7 kgfm a 1.750 rpm e trabalha em conjunto com uma elástica e inteligente transmissão automática de 9 marchas. A ideia que fica desde o inicio, é de um motor de recursos muito interessantes, porém sem uma resposta tão imediata como a utilização do turbo poderia prever. O powertrain entrega muito mais um comportamento que cresce de forma consistente, com capacidade, força de tração e especialmente preparado para ajudar na diversão que a sua tração integral permite, no entanto, perde um pouco na agilidade. Claro que os 1.700 kg de peso da proposta influenciam, mas fica claro que a Jeep trabalhou muito mais a configuração mecânica para entregar, conforto e suavidade no deslocamento, com efeito direto no consumo.
Na cabine o Compass disponibiliza um seletor de quatro tipos de terreno que ajusta previamente o torque e parâmetros do motor e transmissão, adequando a configuração ao que vamos encontrar pela frente. Como referimos ele não é apenas um SUV de tração integral, que ao contrario de algumas propostas que praticamente deixam de lado a possibilidade de um off-road, ao contrário, o Compass permite momentos de liberdade muito mais amplos, fruto de não só da tração nas quatro rodas, como também de suspensão, MacPherson com braços oscilantes inferiores e barra estabilizadora. Este tipo de solução permite um posicionamento da carroceria um pouco mais elevado, e também, ao deixar as rodas independentes, um inteligente trabalho da engenharia que permitiu o equilíbrio muito interessante entre conforto na cidade e flexibilidade para atravessar obstáculos e terrenos mais exigentes. É obvio que não está preparado para um Dakar, mas é sem dúvida capaz de surpreender pela capacidade.
A direção elétrica transmite a exata proporção do veículo, proporcionando facilidade nas manobras diárias do circuito urbano, entre as quais correções repentinas e principalmente manobras como estacionamento em espaços reduzidos, e tudo isso sem ser excessivamente leve. Já em estrada a direção é firme e precisa, transmitindo segurança para o condutor.
Ao longo do nosso teste o Compass sempre se mostrou um veículo de ótima dirigibilidade, suave no deslocamento e nas trocas de marcha, de câmbio inteligente e que retira preocupações para quem tem uma sensibilidade maior para o correto momento da troca de velocidade. Já sua suspensão absorve de forma muito honesta os buracos, lombadas e outras imprecisões das ruas e avenidas da cidade de São Paulo, cenário habitual para nossos testes urbanos. Na estrada ele é bem estável em curva, transmitindo segurança com conforto. Apesar de seu posicionamento elevado, nunca deixa de passar confiança e a ótima configuração da suspensão entrega ótimos resultados também em estrada. Reiteramos que pela suspensão independente nas quatro rodas passa também muita da qualidade do Compass no off-road, onde ele é bem capaz de nos levar por caminhos muito próximos aos de uma boa picape, mas com as limitações inerentes à estrutura de um veiculo apoiado no monobloco, especialmente quando falamos de "trabalho" mais duro, no entanto, sempre nos deixou confiantes para algumas aventuras mais exigentes.
É então chegada a hora de falar do consumo, algo bem mais agradável quando sabemos estar dirigindo um veículo equipado com motorização diesel, algo comum em países como os europeus, inclusivamente desde os veículos de entrada, mas raro e aplaudido (pelo menos por nós) por aqui no Brasil.
O tanque de combustível leva 60 litros de diesel, e em circuito misto urbano/estrada nossa equipe terminou o teste com uma média de 11, 9 km/l, o que acabou por ficar entre os parâmetros oficiais do INMETRO que registou em seus testes médias de 10,1 km/l no circuito urbano e 13,7 km/l em estrada.
Conclusão do editor – O Jeep Compass é naturalmente um veiculo encantador. Desde suas versões iniciais ele é reconhecido pelo bom pacote de itens de série, e fica praticamente irresistível, nas versões de motor diesel e transmissão 4x4. Mas como nem tudo são “rosas” ele exige um pouco mais do bolso se quisermos adicionar itens que consideramos fundamentais nesta faixa de preço, como o teto panorâmico. No entanto, e não menos importante, é o fato de ele ser praticamente exclusivo, nas ofertas até R$ 190 mil, com este tipo de proposta verdadeiramente de perfil SUV, forte, robusta, luxuosa, 4x4 e de preferencia, diesel. Essas são as características que consideramos fundamentais para trazer para sua garagem um verdadeiro herdeiro da origem dos SUVs, lá nos anos 70, com o Range Rover. Com esta versão do Compass você terá ainda o equilíbrio entre robustez, versatilidade e a capacidade de percorrer caminhos que ficam praticamente impossíveis para concorrentes como os modelos Peugeot 3008, Honda CR-V ou Chevrolet Equinox. O poder de sedução e “elasticidade” de sua lista de versões é tão grande que ele foi por um longo período o SUV mais vendido do mercado brasileiro, inclusivamente na frente dos chamados SUVs compactos de perfil urbano, como o irmão de casa, o Jeep Renegade. Dificilmente alguém não ficará realizado em ter em sua garagem um Compass equipado com motor diesel e tração integral e tanto nos dias de semana como aos fins de semana, ele será uma ótima companhia.
Avaliação: Jeep Compass Turbodiesel 4x4 Limited
Design 7
Espaço e Conforto 7
Conectividade e Tecnologia 8
Acabamento 8
Motor / Consumo 8
Transmissão 8
Suspensão 8
Direção 8
Freios 8
Segurança e Auxílios 8
Total 78