A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, esclarece em comunicado que apresentou ontem, 14 de fevereiro, para o Ministério de Minas e Energia, relatório de consenso entre os fabricantes não recomendando aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%.
A entidade seguiu prazos acordados com o Ministério que estipulou a data de 01 de março para entrega do relatório final.
O conceito adotado para realização dos ensaios foi de dividir os diferentes testes necessários entre as empresas, uma vez que a quantidade de itens a serem avaliados era grande e a disponibilidade de combustível era limitada. Além disso, o prazo disponível era curto o que dificulta ensaios mais complexos de longa duração.
A decisão de dividir os testes entre os fabricantes foi apresentada para o Ministério que concordou com a opção.
É fato que alguns testes não apresentaram alterações, porém é consenso entre as montadoras, e esta questão foi apresentada ao Ministério, que caso algum teste apresentasse problemas, a indicação da indústria automobilística seria para não elevação do teor de biodiesel.
A conclusão dos testes mostrou que, caso o governo decida aumentar o teor de biodiesel no óleo diesel comercial para 15%, os veículos poderão apresentar danos ambientais, aumento de custo operacional para o transportador e impactos para a segurança do veículo. Principalmente para a frota em circulação que não está adaptada para o novo teor de biodiesel.
Entre os resultados obtidos, são citados:
1 Aumento da emissão de NOx;
2 Não atendimento à demanda legal para garantia de durabilidade de emissões, previsto pelo Proconve;
3.Aumento da periodicidade da troca de óleo e filtros;
4 Entupimento de filtro e injetores;
5 Aumento do consumo de combustível;
6 Desgaste dos componentes metálicos do motor;
7 Combustível com baixa estabilidade à oxidação (forma resíduos).
Os resultados negativos trazidos pelos testes das montadoras – mesmo sendo verificados por poucas empresas – fizeram com que a Anfavea e todos os fabricantes não recomendassem o aumento do teor de biodiesel no momento.
O comunicado da entidade termina dizendo que “a indústria automobilística brasileira possui centros de pesquisa e desenvolvimento altamente qualificados e comprometidos em entregar ao consumidor veículos seguros e eficientes. Testes como esses, realizados pelas montadoras, são essenciais para garantir que os produtos não apresentem problemas no futuro.”