Recebemos em nossa redação o Renault Captur. Um veiculo de carroceria monobloco, monovolume, para 5 passageiros, 5 portas, e que chegou até nós em sua última atualização técnica, e que também é sua mais recente opção na lista de versões do SUV francês aqui pelo Brasil. Após os meses iniciais de lançamento, a Renault entendeu dar mais conforto e praticidade ao cliente do produto, através da introdução do câmbio CVT nas versões equipadas com motor 1.6, a inicial ZEN, e a que é o alvo do nosso teste, a INTENSE, um pouco mais completa.
De olho no perfil de cliente padrão para este tipo de veículo, que espera praticidade de um câmbio automático com as características do CVT, bem como o conforto da opção técnica, mas também a eficiência energética, algo que era fundamental para equilibrar o conjunto mecânico no SUV, que esteticamente se destaca pelas linhas de design muito elegante e moderno, mas em que parecia existir um vazio entre as opções de câmbio manual, e a automática de quatro marchas da versão equipada com motor 2.0.
Através desta refnexão antecipamos nossa ideia de que esta versão 1.6 de câmbio CVT, é a versão mais equilibrada, e a que melhor interpreta as preferências do cliente deste segmento, e muito particularmente nesta faixa de preço.
Desde a primeira versão que passou pela nossa redação quando o modelo chegou ao Brasil, não cansamos de referir que o design do Captur é um dos mais evoluídos e interessantes. De linhas curvas e muito modernas, o destaque fica por conta das bonitas rodas de liga leve diamantadas de 17", as luzes diurna em LED, e sinalizadoras de mudança de direção nos espelhos retrovisores, que são rebatíveis eletricamente.
Ainda realçamos os pormenores em cromado e prata brilhante e os dois tons da pintura que mescla o preto do teto e dos mencionados espelhos retrovisores, com a cor Laranja Ocre, no caso do nosso modelo. Os para-choques dianteiros e traseiros são na cor do veiculo com o cromado em destaque na tampa traseira, tanto na junta cromada, como na placa CAPTUR e ainda na ponteira de escapamento.
Em nossa opinião a Renault entrega no Captur um dos mais interessantes projetos de design do seu segmento.
O interior mantem as características desde o seu lançamento, com bancos de revestimento em tecido (podem ser revestidos parcialmente em couro pelo preço adicional de R$ 1700,00), espaço amplo e boa posição de condução. Aliás, uma característica herdada do seu irmão mais velho no Brasil, o Duster. Já que falámos de bancos, no Captur não falta o sistema de fixação para cadeirinhas Isofix.
Não faltam também os mais requisitados itens do segmento, entre os quais, regulador e limitador de velocidade, ar condicionado com ajuste automático, o apoio de braço do motorista, e a prática multimídia, com tela touchscreen de 7” com GPS integrado e rádio com MP3. Reconhecimento de voz e entrada USB, e ainda câmera de ré com sensores de estacionamento traseiros. Como nossa equipe é apaixonada por um bom sistema de áudio, fica evidente que o do Captur não é uma de suas virtudes, distribuindo o som pelo interior através de apenas 4 alto-falantes. Já os os vidros dianteiros e traseiros disponibilizam a função One Touch.
Dando continuidade em nossa observação ao interior amplo e confortável, o Captur disponibiliza um porta-malas de 437 litros, fortalecendo através desta característica seu posicionamento de carro familiar. Não queremos deixar de referir a exclusiva chave-cartão que permite a abertura das portas por aproximação, não necessitando tirar o comando do bolso, tanto para entrar no veículo, como para dar partida ao motor.
O interior do SUV francês é prático e “limpo”, com os principais comandos em posição de fácil acesso e distribuindo diversos espaços porta-objetos. As peças são bem integradas, o que ajuda na percepção de um interior sólido e de bom resultado acústico.
A Renault também equipou o SUV com alguns importantes itens de segurança. São dois Air bags frontais, e dois de cortina, controle eletrônico de estabilidade e de tração e assistente de partida em rampas.
Hora de dar partida ao motor através do botão Start/Stop. O veículo de tração dianteira vem equipado com um motor de 1.597 cm³ de cilindrada, bicombustível (etanol e/ou gasolina), de quatro cilindros em linha e 16 válvulas. São entregues por este propulsor da Renault, 118 cv se abastecido a gasolina, ou 120 cv quando adicionamos etanol no nosso tanque de 50L.
A potência máxima é disponibilizada em ambos os casos a 5.500 rpm, já o torque máximo entregue nas 4.000 rpm e é de 16,2 kgfm (gasolina) ou 16,2 kgfm (etanol). Com um peso de 1.286 kg, o que poderemos considerar leve para este tipo de veiculo, o Captur nesta versão Intense 1.6 SCe X-Tronic, apresenta na caixa de câmbio a sua grande novidade para a linha. A opção pelo automático CVT com opção de trocas sequenciais com 6 velocidades, foi uma reação rápida da Renault na tentativa de solucionar duas questões, o consumo, exagerado especialmente com o câmbio de 4 marchas automático, e ainda naturalmente o desempenho.
Ao mesmo tempo este novo câmbio oferece mais conforto, muito mais em linha com o que a concorrência disponibiliza em seus modelos. E o efeito é perceptível em todos os cenários. Na cidade, mais praticidade, conforto, e um câmbio muito mais inteligente, e o impacto é naturalmente sentido também no consumo. Já na estrada um pouco mais de elasticidade para um modelo que ficou mais dócil, mais equilibrado.
Como reflexo direto, o bolso, com visitas menos frequentes ao posto de combustível. Apesar de manter níveis de consumo, ainda acima do desejável, agora, ele não assusta mais, e nossa equipe conseguiu médias de 6,5 km/l na cidade e 7,8 km/l em estrada, sempre abastecidos com etanol. Ajudando na eficiência energética o sistema ESM (Energy Smart System) de regeneração de energia. Ao longo da desaceleração do veículo, quando o motorista retira o pé do acelerador, o motor continua girando sem consumir combustível. Nesse momento, o alternador automaticamente passa a recuperar essa energia produzida, mas não utilizada, e envia para a bateria, que assim aumenta sua carga sem consumo de combustível. Durante a aceleração, o alternador não precisa “roubar” energia do motor para enviar à bateria, já que houve a carga na desaceleração.
Já em relação à suspensão, a solução é idêntica para todas as versões do modelo, tipo MacPherson na frente, e semi-independente com barra estabilizadora nas rodas traseiras. Sendo um veículo de posicionamento relativamente alto, são 212 mm de em relação ao solo, o Captur proporciona também uma das mais altas posições de condução do segmento, refletindo todo o conforto que essa característica proporciona. Como suas dimensões são generosas, entre eixos de 2.673 m, comprimento 4.329, altura de 1.619, e ainda largura (sem retrovisores) de 1.813, ele transmite segurança e confiança para ultrapassar os obstáculos de nossas vias. Bem configuradas, permitem conforto no dia a dia da cidade, sem rolar demasiadamente o conjunto quando em alta velocidade.
Já os freios, são ABS com discos ventilados na frente e tambor atrás, e sempre se mostraram eficazes nas mais diversas situações a que foram submetidos, permitindo uma freada equilibrada e de ação rápida após acionamento do pedal.
Outro fator positivo do Captur é sua direção, de assistência eletro-hidráulica, ela é precisa e eficaz, permitindo uma dirigibilidade muito interessante na cidade, ao mesmo tempo que ganha a necessária “dureza” em velocidades maiores.
Ainda antes de um resumo final sobre nossa avaliação, uma breve observação aos resultados do modelo que tem atualmente cerca de um ano e meio de mercado brasileiro. Se os primeiros meses foram de aceitação lenta, os últimos vêm trazendo mais folego ao SUV francês. Foram 1367 unidades vendidas em Março e 1684 ao longo do mês de Abril, totalizando 5632 unidades emplacadas em 2018, segundo a Fenabrave.
Se os números são distantes das 17 584 unidades do Jeep Compass comercializadas no mesmo período, ou ainda das 16 354 do Honda HR-V, ou 16 020 do Nissan Kicks, os três destaques no acumulado do ano, a aceitação vem crescendo, conseguido finalmente superar as vendas do seu irmão da casa, o Duster, algo que demorou para acontecer.
Como resumo, e aproveitando os dados com os resultados nas concessionárias, o Captur, nesta versão testada por nós, é vendido pelo valor recomendado de R$ 89 950,00, e mantem todas as qualidades que já conhecíamos do modelo, com um design muito interessante e moderno, o interior sólido e com muito espaço, adicionando os principais itens exigidos para os veículos do segmento, mas em que faltava a eficiência mecânica, motor/câmbio, situação vencida com a introdução desta versão equipada com o câmbio CVT e motor 1.6, e que o posicionou agora como o mais interessante e equilibrado da linha Captur, entregando mais conforto e eficiência ao veículo.
Avaliação em números
Renault Captur Intense 1.6 CVT
Design 8
Espaço e Conforto 7
Freios 7
Conectividade e Tecnologia 6
Acabamento 6
Motor / Consumo 6
Transmissão 6
Suspensão 7
Direção 7
Segurança e Auxílios 7
Total 67