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Editorial: O Brasil está atrasado, perdido e sem direção, também na questão da propulsão para os veí

Foto do escritor: Artur Semedo / Revista Publiracing Artur Semedo / Revista Publiracing

No dia 26/04 a AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva) organizou mais um dos seus importantes seminários, desta vez, com foco nas propulsões alternativas para a indústria automobilística, muito particularmente na eletrificação dos veículos.

Artur Semedo - Editor da Revista Publiracing

Destacar que nós, na Revista Publiracing, mostramos diariamente as novidades do setor e testamos os principais produtos disponibilizados para o mercado brasileiro, somos também, desde 2011, parceiros da AEA, nestes importantes seminários, congressos e debates, através do apoio como Media Partners. A ótima qualidade dos eventos organizados pela principal associação do setor no país, tanto pela qualidade dos palestrantes, como pelo conteúdo dos debates, faz destes encontros um importante momento para entendermos onde estamos, mas principalmente para onde caminhamos.

Representantes de diversos setores, que de alguma forma têm participação direta neste importante diálogo sobre o futuro da propulsão nos veículos, deixaram suas opiniões, projetos e desenvolvimentos tecnológicos, investimentos, planos de ação ou expectativas, num importante debate realizado no auditório da faculdade UNIP, outro habitual parceiro da AEA.

Entre os presentes, Ricardo Gomide do Ministério de Minas e Energia, Edgar Escobar da associação brasileira dos proprietários de veículos elétricos inovadores, Tatiana Bruce da FGV Energia, os pesquisadores da Embrapii e do Instituto Senai, Marcos Berton e Leandro da Conceição, o Engenheiro Zeno Nadal da empresa Copel, Thales Encarnação da Volvo ( caminhões e ônibus), Luiz Oliveira da Renault do Brasil e Leonardo Veechi da Bosch. Todos eles com conteúdos bastante significativos e que nos ajudaram a refletir sobre o atual momento das novas energias propulsoras no Brasil.

Numa reflexão muito pessoal, o Brasil, está muito atrasado, pior, perdido, sem rumo, sem direção, também na questão da propulsão dos veículos nas próximas décadas.

Os países mais importantes, ou com governos e autoridades mais competentes e responsáveis as metas estão bem definidas, seja para o final dos atuais motores que funcionam através de combustível de origem fóssil, mas principalmente, já trabalhando de forma séria e profunda em fontes alternativas de energia, encarando a propulsão elétrica como um caminho sem volta, pelo menos para as próximas décadas.

Todos têm também uma preocupação em não tornar a origem da tão necessária energia elétrica, numa fonte, tão, ou mais, poluidora que a queima dos combustíveis utilizados atualmente nos atuais motores a combustão interna. Por isso investem seriamente em energias renováveis e com fontes tão variadas como o sol, a água, o movimento das ondas do mar, o vento, entre tantas outras.

Se o Brasil teve a oportunidade de ser um exemplo para o mundo com o etanol, os governos nunca foram capazes, ou tiveram essa vontade, de criar leis que verdadeiramente incentivassem e contribuíssem para uma matriz nacional, limpa e eficiente, mas com preço justo. Ao final de décadas de experiência com o etanol, vivemos constantemente à mercê da “qualidade” e “sazonalidade” das safras, o que leva a um sobe e desce fraudulento do preço, já para não falar do péssimo trabalho de fiscalização que não evita a sensação que o etanol que colocamos no tanque do carro que dirigimos, invariavelmente vai prejudicar o motor do nosso veículo.

Chegados aqui, não temos um plano a curto, médio e longo prazo. Talvez o rota 2030 consiga trazer alguma luz, mas infelizmente, tenho minhas dúvidas. Quando lá fora se criaram legislações que permitem e incentivam a utilização de veículos elétricos, por aqui, ter um carro elétrico é um ato de coragem, primeiro na compra, pelo preço proibitivo, sem qualquer tipo de incentivo fiscal, e contrariando o que é feito lá fora.

Vencido este obstáculo inicial, vem a inexistência de pontos de recarga, seja em rodovias, cidades ou nos novos condomínios que são projetados ou construídos atualmente. Tudo o que existe e é feito nesse sentido, é exclusivamente fruto da iniciativa privada, que antecipando uma tendência sem volta, desenvolve projetos para esta realidade. Nada é feito com base num verdadeiro plano nacional de politica energética, que deveria muito bem aproveitar o etanol como uma solução intermediária, através de veículos híbridos, abrindo caminho para os investimentos necessários em infraestrutura e principalmente alterações de legislação, que permitam o Brasil recuperar o atraso de pelo menos 30 anos.

Necessitamos de investimento urgente, afinal todos nós conhecemos os constantes desligamentos no sistema nacional de energia, com interrupções no fornecimento, que por vezes, e em algumas regiões, tem a duração de horas. Imaginem então uma realidade em que apenas 10% da população do Brasil chega em casa no final da tarde, e coloca seus veículos elétricos para carregar. O caos estaria instalado.

Mas tem mais. Se nada é feito no planejamento a longo prazo, pouco ou nada é feito no curto. Em São Paulo quem deveria cuidar do bem comum, é permissivo, ineficaz e desleal para com a sua população, ao permitir mais uma década de ônibus, ruidosos e poluentes, por exemplo. Em outros países, os que deveriam ser para nós um exemplo, como a Noruega, 30% da frota já é atualmente elétrica. Modelos como os Renault ZOE ou o comercial Kangoo, o Leaf da Nissan ou ainda a solução hibrida da Toyota, o Prius, só para citar alguns dos de maior sucesso pelo mundo, vendem milhares de unidades em diversos continentes, beneficiando o meio ambiente, mas também, o bolso dos seus proprietários.

Por aqui a legislação é falha até na hora da homologação dos veículos, retardando investimentos das montadoras e de empresas que vão fazer parte da toda a cadeia, e que aguardam definição do governo para poderem colocar em prática seu planejamento para os próximos anos. Mais uma vez fica claro que a iniciativa privada é o lado bom da economia brasileira, no entanto, nada avança enquanto os que representam o legislativo e o executivo deste país, estão bem mais preocupados em se salvar da cadeira... Elétrica!

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Artur Semedo

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