Receber para teste o Honda Fit da Honda é ter a possibilidade de conhecer um pouco mais de uma das referências neste importante segmento, o dos veículos compactos com carroceria hatchback.
Cada vez mais eles conseguem ser grandes por dentro apesar de pequenos por fora. Também são cada vez mais conectados, seguros e confortáveis. E se existem vários caminhos para este tipo de veículo, a Honda escolheu o da qualidade, uma opção que tem seu preço, claro, mas também seu público fiel.
Nesta versão 2018, a Honda mexeu em alguns pontos do FIT, mas foi precisamente na versão EXL, que as principais novidades são mais evidentes. Atualmente são cinco as versões disponibilizadas, começando na inicial DX, com preço de referência de R$ 58.700,00 e a versão alvo de nosso teste, a mais completa, disponibilizada por R$ 80.900,00. Para todas elas a Honda esclarece em seu site que tem o preço adicional de R$ 990,00 para pinturas metalizadas ou de R$ 1290,00 para cores personalizadas.
Olhando por fora, Imediatamente é visível a mexida na grade frontal, com acabamento blackpiano e elegantes detalhes cromados, perfeitamente integrada no grupo óptico dianteiro, que nesta versão é Full LED com luzes de rodagem diurna, DRL. Também na traseira as lanternas tiveram ajustes e são em LED, o mesmo tipo de iluminação que é utilizado ainda nos sinalizadores de mudança de direção incorporados aos espelhos retrovisores, que são da cor do veículo e de rebatimento elétrico.
Não é de agora que o FIT, apesar de ser uma carroceria hatchback, expõe um ótimo trabalho no design, evoluindo a cada nova atualização, e que chega nesta versão 2018 ainda mais refinado, com curvas elegantes e especialmente nesta versão EXL, um certo toque de esportividade.
E esteticamente o toque final é dado em pormenores como para-brisa degradê, a antena na parte traseira do teto e ainda as bonitas rodas em liga leve aro 16'' onde são montados os pneus de medida 185/55 R16.
Ou seja, se a Honda não revolucionou no seu veículo, conseguiu deixar o FIT, mais atraente e moderno.
Agora é hora de passar para o seu interior e ver o que mudou nesta versão 2018. E se não são visíveis grandes alterações, isso por si só não representa um ponto negativo, já que é no seu interior que muitas de suas virtudes ficam mais evidentes. O aproveitamento do espaço é exemplar, e os materiais utilizados, assim como o acabamento e integração das peças, que têm alguns detalhes na cor prata, e que mostra o cuidado da Honda em oferecer um produto diferenciado.
Juntam-se itens como, ar-condicionado digital, e a multimídia com tela de sete (7) polegadas, onde são disponibilizados o navegador GPS, interface para smartphones e ainda câmera de marcha a ré multivisão. O Bluetooth com comandos HFT (Hands Free Telephone) no volante com função Voice Tag são outras das soluções que dão conforto e ajudam numa condução mais segura.
Como referido, o interior do FIT nesta versão EXL é muito sóbrio, com revestimento dos bancos em couro, reclinação dos traseiros que são bipartidos (60/40) e sistema ISOFIX de fixação de cadeirinha infantil. Todos os cinco lugares têm encosto de cabeça e apresentam espaço suficiente para uma viagem confortável, mesmo sendo cinco adultos de estatura média. Já que falamos em espaço, apesar de ser um tipo de carroceria em que não é fácil oferecer um bom volume de espaço no porta-malas, também neste ponto o hatch se destaca, com 363 L.
Os vidros elétricos nas quatro portas apenas têm sistema de “um toque” para motorista e passageiro e os cintos de segurança traseiros são de 3 pontos para todos os ocupantes. Espaços para objetos estão espalhados pelo interior, desde os porta-revistas atrás do bancos dianteiros e destinados aos ocupantes do banco traseiro, assim como os espaços disponibilizados nas portas dianteiras e na saída de ar-condicionado.
Ainda antes de conhecermos como ele se comporta em movimento, não queremos deixar de fazer referência ao sistema de áudio, com quatro alto-falantes (dois dianteiros e dois traseiros) e dois Tweeters (dianteiros), pois ele disponibiliza bons momentos sonoros dentro do hatch japonês e que ajuda na sofisticação e conforto geral desta versão.
Já olhando para os itens de segurança, o destaque inicial é para os seis airbags da versão EXL, frontal, lateral e de cortina, e que acompanham um bom pacote que inclui ainda; assistente de tração e estabilidade, assistente de partidas em aclives, sistema de freios com ABS e EBD (Antilock Brake System/Electronic Brake Distribuiton) e ainda estrutura de deformação progressiva com barras de proteção lateral.
A questão da segurança é cada vez mais uma preocupação na hora da troca ou compra de um veículo, e ao iniciarmos nosso teste sabemos que avaliamos um produto onde a segurança é levada a sério.
Com o banco do condutor na posição ideal para nós, e o volante (ajustado em altura e profundidade), rodamos a chave (tipo canivete) e damos partida ao motor que equipa todas as cinco versões disponibilizadas do Honda FIT atualmente.
O motor em alumínio 1.5 16V SOHC i-VTEC Flex, entrega uma potência de 115/6000 (cv/rpm) se abastecido com gasolina ou 116/6000 (cv/rpm) quando escolhido o etanol. Cabe referir que nosso teste foi todo realizado com o tanque de 45,7 L abastecido com etanol.
Com diferença mínima na potência disponibilizada entre as duas opções de combustível, o mesmo se aplica ao torque entregue pelo motor, com 15.2/4800 (kgf.m/rpm) com gasolina, ou 15.3/4800 (kgf.m/rpm) se com etanol, estas referências de diferenças mínimas só mostram o ótimo trabalho de engenharia da marca na adaptação dos motores da marca ao conceito flex, e algo já comum em outros modelos dos japoneses.
De tração dianteira e transmissão automática do tipo CVT com Paddle Shifts no volante, o Honda FIT é um carro principalmente delicado em seu deslocamento. Muito suave nas subidas de giro ao longo da aceleração, que é continua e sem oscilações, o carro da Honda mostra uma qualidade mecânica já sobejamente conhecida, equilibrado entre a eficiência e a suavidade no transito da cidade, mas com recursos suficientes para uma viagem tranquila e segura em estrada. Muito importante neste pacote que privilegia o conforto, é a solução e configuração da suspensão, MacPherson na dianteira e com barra de torção na traseira, é responsável por muita da qualidade e equilíbrio da proposta.
A direção com assistência elétrica progressiva (EPS) ajuda também na sensação de ótima dirigibilidade, e é muito fácil de executar manobras nos apertados espaços do trânsito de uma cidade como São Paulo.
É chegado o momento de deixarmos as principais dimensões do FIT: Distância entre eixos de 2.530 mm, comprimento de 4.096, altura de 1.536 e largura de 1.694. O Hatch da Honda pesa 1104 kg nesta versão que utiliza o câmbio CVT. Com este peso e todas as características e auxílios descritos acima, a solução escolhida para os freios, de disco na frente e tambor atrás, se mostrou eficiente em diversas situações ao longo do nosso teste.
Falta falar do consumo, que se mostrou muito equilibrado, especialmente na cidade, com 8,4 km/l, sendo importante realçar que nosso teste foi realizado num período de trânsito menos pesado em São Paulo, nas férias de janeiro. Já em estrada a referência foi 9,6 km/l, recordando que o combustível utilizado foi o etanol..
Com retoques na estética e mantendo o que fez dele uma referência, o FIT na versão 2018 vem prolongar a vida a um modelo que o brasileiro passou a olhar com espeito. Foram 25 347 unidades vendidas ao longo de 2017, e um dos poucos modelos que melhoraram o desempenho nas concessionárias entre Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, com 2694 e 2882 unidades saídas das concessionárias da marca nos dois respetivos meses. Como o consideramos um hatch compacto (a expressão premium utilizada por algumas classificações parece-nos exagerada para definir algo nesta faixa de preço), destacamos seu resultado na frente de importantes representantes do segmento como Ford Fiesta, Nissan March, Peugeot 208, Volkswagen Polo ou Citroën C3, concorrentes que apresentam argumentos muito fortes o que fortalece ainda mais o resultado do FIT ao longo dos últimos anos no mercado brasileiro.
Se nesta versão o preço pode ser uma condicionante, já que se situa no território dos chamados Crossovers, a Honda disponibiliza uma lista de opções que possibilitam a escolha por um nível de equipamento maior ou menor, mas que têm em comum a essência e o que mais chama a atenção no FIT, seu excelente conjunto mecânico, e um interior que entrega qualidade, espaço e conforto.
Avaliação em números
Honda FIT EXL
Design 7
Espaço e Conforto 8
Freios 6
Conectividade e Tecnologia 6
Acabamento 7
Motor / Consumo 6
Transmissão 7
Suspensão 7
Direção 7
Segurança e Auxílios 8
Total 69
