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Foto do escritorArtur Semedo / Revista Publiracing

Avaliação: Motor 1.4 turbo é o principal argumento do Tracker para enfrentar a concorrência


Motor 1.4 turbo é o principal argumento do Tracker para enfrentar a concorrência

A Chevrolet tem uma estreita relação de sucesso com mercado brasileiro. Seus modelos habitualmente interpretam corretamente o gosto dos clientes em cada segmento, e a marca não cessa de ajustar itens de série, motorização e por vezes retoques no design, tudo isso para manter os modelos da marca como verdadeiros best-sellers do mercado verde e amarelo.

Mas um dos produtos disponibilizado nas concessionárias da marca tem encontrado alguma resistência, o Tracker. Crossover que está na segunda geração por aqui, e compete naquele que é talvez o mais competitivo segmento do momento, e onde concorrentes de peso não faltam. Os japoneses, HR-V da Honda e Kicks da Nissan, o francês Captur, o coreano Creta e ainda podemos adicionar aí o Peugeot 2008, e só para citarmos alguns dos mais importantes.

O Tracker não tem conseguido resultados expressivos, e a marca percebendo isso, vem fazendo ajustes para conseguir superar essa resistência, introduzindo novos equipamentos de série e ajustando sua oferta.

Se no inicio de 2017 ele chegou de cara nova, e com a novidade que acabaria por ser seu principal argumento, seu motor 1.4 turbo, mais recentemente a Chevrolet substituiu o versão testada pela nossa equipe, a LTZ, pela nova Premier.

Com as novidades, controle de tração e estabilidade, a Chevrolet superou as ausências sentidas na versão lançada no inicio do ano, e reforçou os argumentos para enfrentar a concorrência. O modelo é praticamente o mesmo, adicionando os itens de segurança referidos, e alterando o nome.

Com grande expectativa, recebemos na garagem da Revista Publiracing a versão LTZ, semanas antes de ela ser substituída pela nova Premier, que também estará sendo avaliada nas próximas semanas pela nossa equipe.

Por fora o destaque vai inteiro para a nova frente, muito mais moderna, com assinatura e projetores em LED, e uma evidente grade frontal que é integrada ao para-choques, e que sem dúvida dá toda a imponência ao modelo. Outros destaques ficam por conta das bonitas rodas de aro 18, do Rack de teto, os pormenores em cromado, como o friso na parte superior das portas, na tampa traseira e nas maçanetas das portas.

Terminamos nossa observação externa com a referência aos faróis traseiros, também eles em LED, e os espelhos retrovisores que são elétricos, com luz indicadora de direção integrada e da cor do veículo.

Motor 1.4 turbo é o principal argumento do Tracker para enfrentar a concorrência

Já passando para interior, ele vem com todos os principais requisitos para o bem estar de seus ocupantes. Com espaço suficiente para cinco adultos, embora essa não seja uma grande virtude do modelo (apenas 306 litros de porta malas), ele vem com Airbag duplo, e opcional para os laterais e de cortina, tanto na versão testado por nós como na nova Premier. Ar-Condicionado (não digital), Câmera de Ré, Alerta de Movimentação Traseira (em marcha ré), Alerta de Ponto Cego, Sistema de fixação de cadeiras para crianças ("Isofix"), Vidro elétrico nas portas com acionamento por "um toque" anti esmagamento e fechamento/abertura automática pela chave, o Chevrolet MyLink, com Tela LCD sensível ao toque de 7", integração com smartphones através do Android Auto e Apple CarPlay, Radio AM/FM, Entrada USB e Aux-in, Função Audio Streaming, Conexão Bluetooth para Celular e aceso a configurações do veículo.

Os principais controles de rádio e do celular estão disponíveis também no volante e o som é distribuído pelo interior do veículo através de um conjunto de alto falantes - 6 unidades, com tweeters.

O painel é novo na versão 2017, dando a sensação de ter ampliado o espaço interno. Ele é moderno, mas com a ressalva de alguma informação do painel de instrumentos ser apresentada com letras e números de reduzidas dimensões, dificultando nossa leitura ao dirigir.

Como diferencial em relação a alguma da concorrência, o teto solar de controle elétrico, nunca esquecido pela marca em seus modelos de maior valor agregado.

Já devidamente instalado no banco do condutor onde se consegue uma ótima posição para dirigir, hora de dar partida ao motor e conhecer o que honestamente nos chamava mais a atenção, o motor agora instalado na geração 2017 do Tracker.

A partida é dada pelo botão Push-Start, e o motor Flex, transversal – frontal, de quatro cilindros em linha, injeção direta e 16 válvulas (4 válvulas por cilindro) é o 1.4 Turbo que tanto sucesso faz no Cruze Sport6.

Entregando 150 cv de potência se abastecido a gasolina, ou 153 cv se com etanol, a “postura” do Tracker é substancialmente diferente em relação à versão hatch do Cruze, logo nossa curiosidade era naturalmente saber como o mesmo eficiente e ágil motor, trabalharia em conjunto com a mecânica num veículo de conceito substancialmente diferente. Referências de torque são muito interessantes, com 24,0 kgfm (235 Nm) a 2100 rpm, quando abastecido com Etanol, ou 24,5 kgfm (240 Nm) a 2000 rpm se o tanque de 53 litros estiver abastecido com gasolina.

O excelente motor trabalha em conjunto com uma caixa de 6 velocidades automática, mantendo a marca aquele pequeno botão na alavanca do câmbio para poder trocar de forma manual as marchas, item com o qual continuamos sem conseguir ter uma boa relação de intimidade, achando nossa equipe que ele é pouco prático. Com isso nosso Tracker quase sempre teve suas marchas acionadas de forma automática utilizando a bom escalonamento preparado pela marca. Aliás o câmbio se mostrou muito inteligente, sendo rápido e ágil quando o pedal direito é acionado de forma mais agressiva, ou ainda de passagem dócil e muito confortável se a tocada for suave.

Motor 1.4 turbo é o principal argumento do Tracker para enfrentar a concorrência

Conforto e dirigibilidade não faltam no Crossover da Chevrolet deixando ele equiparado aos seus concorrentes, sendo mesmo um dos mais interessantes em termos de agilidade. Os freios com ABS mantêm a solução de disco ventilados na frente e tambor atrás, e se mostraram sempre eficazes para frear os cerca de 1400 kg de peso do veículo, requerendo, no entanto, alguma adaptação ao terem um acionamento suave no pedal.

O Tracker é um veículo de reduzidas dimensões, com 4.258 mm de comprimento, 1.776 mm de largura (2.035 mm com espelhos), 1.678 mm de altura, e 2.555 mm de entre eixos. Sabendo dessas características e de uma maior altura em relação ao solo devido ao seu DNA mais ao estilo SUV, ele requer então alguns cuidados quando solicitado a velocidades maiores, no entanto a direção elétrica muito precisa, e sua suspensão do tipo McPherson na frente e eixo de torção na traseira muito bem trabalhada, ajudou no eficiente conjunto, transmitindo segurança e estabilidade em curva, muito mais dura que na anterior geração, sem abdicar do conforto para suavizar a passagem pelos muitos obstáculos com os quais nos deparamos diariamente nas cidades brasileiras.

Em relação ao consumo, se ele não surpreende, também não desaponta e com nosso veículo abastecido sempre com etanol, nossa média foi de 8,9 km/l (cidade/estrada).

Resumindo, o Tracker na versão 2017 vem equipado com uma excelente mecânica estando ao nível dos melhores do segmento, sendo inclusivamente ao lado do Peugeot 2008 com motor THP as únicas opções de crossovers com motorizações de apelo mais esportivo. Como referimos no inicio de nossa matéria o principal reparo é (era) a ausência dos controles de estabilidade e tração, já em todos os modelos da concorrência, mas isso é passado já que na versão recém-lançada e que substitui o nosso LTZ, a Premier, estes itens de segurança já fazem parte do pacote, deixando o Tracker sem perder nada para os lideres do segmento. Se em Novembro ele apenas vendeu 1190 unidades, contra as 4164 do Hyundai Creta, 4095 do HR-V da Honda ou ainda do cada vez mais competitivo, Kicks da Nissan, com 4041 unidades vendidas no Brasil, com a chegada da versão Premier ele se qualifica para definitivamente vencer a desconfiança do comprador brasileiro em relação ao modelo.

Para ajudar nesta investida de tentar adequar os resultados nas concessionárias ao nível da qualidade do modelo, a Chevrolet manteve seu preço numa faixa muito interessante, sendo mais um argumento para que ele passe fazer parte da lista de opções do brasileiro na hora de escolher um crossover moderno, bem equipado e rápido. A versão Premier é vendida nas concessionárias da marca a partir de R$ 96.790, sendo a inicial LT disponibilizada a partir de R$ 85.890.

Sua aparência (demasiadamente) compacta pode condicionar na hora da escolha, mas ele é um ótimo carro, entregando conforto, segurança, tecnologia e uma mecânica que torna a ação de dirigir o Tracker muito prazerosa, deixando agora definitivamente o produto da Chevrolet em condições idênticas para disputar o segmento.

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