Em sua ofensiva de crescimento no Brasil, e definitiva consolidação da marca em nosso mercado, a Citroën vem realizando ajustes e evoluções em seus produtos, bem como no seu pós venda, com a implantação do plano de revisão ao custo d um real por dia. Em uma dessas intervenções, evoluiu seus modelo C3 e Aircross com o eficiente câmbio automático de seis velocidade desenvolvido pela Aisin. O C3 com a nova mecânica foi avaliado algumas semanas atrás na Revista Publiracing.
Convidamos para descobrir agora o renovado Citroën Aircross.
O Aircross é um Crossover compacto urbano, com aquele toque de “irreverência” e pensado principalmente em quem quer um perfume de aventura no seu dia a dia. Na versão avaliada pela nossa equipe, a Shine, e a mais completa de todas elas, o motor 1.6 é a única opção para todas as versões do modelo. A inicial Start, que também tem uma opção exclusiva para vendas online (novidade Citroën) vem com câmbio exclusivamente manual. Já a versão Live, permite escolher uma das duas opções de câmbio, o manual ou o automático. Já a versão Feel, vem exclusivamente com câmbio automático e é nela que a Citroën aposta para sua versão PCD do modelo. Como última, e mais completa, opção na concessionária, temos então a Shine, que além do câmbio automático ainda adiciona o bom e velho estepe externo na tampa do porta-malas.
Feita esta breve introdução vamos então saber nossa opinião sobre o renovado Aircross.
A frente do modelo francês reflete na integra a nova imagem da marca, agradável, moderna e até impactante, como todo o modelo Citroën, o Aircross chama a atenção apesar de suas dimensões aparentemente reduzidas. Entre os faróis de iluminação noturna na linha superior, e os de neblina, em baixo, é destaque no cento das três linhas de faróis a iluminação diurna (DRL), de posicionamento e recorte muito elegante, ajuda a chamar a atenção para a postura elevada do Citroën Aircross. Lateralmente o destaque fica por conta do adesivo "AIRCROSS" ao logo das portas, das barras de teto longitudinais, e ainda do contrastante acabamento escuro (Grafite) para as maçanetas das portas e espelhos retrovisores externos. Para harmonizar, as rodas de liga leve aro 16" também são de tom escuro, entregando o Aircross um interessante pacote estético que tem atualmente sete opções de cores.
Para finalizar nossa observação externa, referência naturalmente para o estepe de roda na tampa traseira, controverso neste tipo de modelos tipicamente urbanos, dá, no entanto, aquele tom de aventura a um pacote que pretende precisamente passar essa sensação de liberdade.
Já no interior, mais algumas das virtudes do Aircross ficam evidentes. Sua posição de condução elevada, fundamental para quem escolhe este tipo de modelo, e espaço amplo e confortável para condutor e passageiros. Os principais comandos estão bem posicionados, e o painel de instrumentos é de fácil leitura para quem dirige. O reparo continua por conta do freio de mão, em posição baixa em relação a posição do condutor, exige inclinação do corpo para chegar até ao mesmo.
Ainda voltando aos bancos eles têm apoio de braço na frente e de cabeça nos cinco lugares disponibilizados. Já o banco do condutor tem o ajuste em altura, fundamental para uma correta posição para dirigir. Os vidros são todos eles de comando elétrico, com a particularidade de o do condutor ser o único com sistema Um Toque. Lá fora os espelhos retrovisores também são de regulagem elétrica.
O ar condicionado é manual em todas as versões, mas digital na nossa versão Shine. Seu comando fica logo abaixo da tela multimídia Touch-screen de 7", com rádio AM/FM, MP3, Bluetooth e Mirror Screen e que inclui câmera de ré. O som é distribuído pelo veículo através de 4 alto falantes e 2 tweeters. A tela fica dentro do lindíssimo painel (pelo menos para nós) numa espécie de faixa branca ao longo de toda a largura do interior, fazendo lembrar os painéis de muitos veículos da marca nos anos 60, 70 principalmente, e nos remetendo imediatamente à filosofia do veículo, prático, simples, despojado.
Falando ainda do interior, mas de questões mais técnicas e de segurança, nosso Citroën Aircross vem apenas com Airbag frontal para motorista e passageiro. Incorpora o sistema de acendimento automático do pisca alerta em caso de frenagem de urgência, e tem limitador de velocidade bem como regulador de velocidade (Cruise Control). Com um nível de equipamento bem interessante nesta versão mais completa, o modelo francês disponibiliza ainda faróis com acendimento automático, além de sensor de chuva no para-brisa.
Ainda antes de darmos partida ao motor e iniciarmos nosso teste dinâmico uma “visita” ao porta malas que naturalmente não é grande.
Disponibilizando 403 litros na sua configuração padrão, ou 1500 se a opção for pelo rebatimento total dos bancos traseiros, que pode ser feito parcialmente, na configuração 2/3. Para acessar ao porta-malas, aquela questão que pode ser uma condicionante na hora de ir ao supermercado, por exemplo. A abertura é feita em três tempos, primeiro destravando o estepe, o que pode ser feito pelo comando na chave, no segundo momento desviando para o lado esquerdo o suporte onde está a roda, e só então, no terceiro tempo, a abertura da porta que dá acesso ao porta-malas. Na eventualidade de estar bem carregado com as sacolas da sua compra em uma das mãos, e tendo que executar todo este procedimento com a outra, a tarefa não é prática. Claro que antes de comprar qualquer veículo, devemos avaliar previamente nossa rotina, para adequar nossa escolha não só a questões estéticas, mas também a outras que podem, e devem, condicionar nossa decisão. Essa questão do estepe é uma característica do veículo, podendo não impactar na rotina da grande maioria dos condutores.
Com o banco e a direção devidamente ajustados para uma correta posição de condução, que no Aircross é muito interessante, damos partida ao motor de 4 cilindros, 16 válvulas, e de 1587 cm³ com Injeção eletrônica MPI. Este propulsor entrega, se abastecido com gasolina, 115 cv de potência a 5750 rpm e um torque de 158 Nm a 4000 rpm. Já se a escolha for pelo etanol a potência declarada é de 118 cv a 5750 rpm e torque máximo de 158 Nm a 4750 rpm.
Como referimos o novo câmbio automático de seis velocidades casou muito bem com este motor, tornando o comportamento do veículo mais suave, mais confortável, mas sem um desempenho fora do comum. Sua configuração mecânica privilegia a capacidade inicial, com um bom torque, relação curta e de trocas rápidas e suaves, o conjunto ótimo para quem utiliza o Aircross na cidade. Seu comprimento de 4307 mm (com o estepe), largura de 1767 mm, altura de Altura 1742 mm (com as barras longitudinais) e por último o entre-eixos de 2542 mm desenham um carro de medidas compactas e que pede mais atenção principalmente em alta velocidade.
Um ponto positivo de nosso aventureiro francês, a direção, ela permite reações rápidas e precisas, e é assistida eletricamente com dureza variável.
Privilegiando também o dia a dia na cidade a configuração da suspensão, que é do tipo Mac Pherson na frente e travessas deformáveis atrás, com amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Se ela se mostrou adaptada quase na perfeição ao universo urbano, já sua capacidade no off-road é limitada, mesmo contando com pneus de uso misto de medida 205/60 R16, é permitindo apenas uma visita a terrenos poucos exigentes, muito por conta da distancia em relação ao solo.
Já os freios com ABS requerem adaptação pela sua pegada mais suave, e são disponibilizados na habitual configuração padrão para esta faixa de preço, com disco ventilado na frente e tambor atrás. São, no entanto aptos para frear com total segurança e eficiência os 1328 kg de peso do veículo mais a carga útil de até 400 kg.Para terminar falta falar do consumo. Naturalmente mais eficiente com o novo câmbio automático de seis marchas, e com o tanque de 55L abastecido com gasolina, nossa equipe conseguiu uma média de 9,9 km/l na cidade e 12,4 km/l em estrada.
Resumindo, o novo câmbio deixou o Aircross principalmente mais eficiente e confortável. Não se espere do modelo capacidade para reações rápidas ou pegada esportiva, mas sim um deslocamento suave e com alguns recursos de reserva, caso seja necessário. Como esteticamente ele tem uma aparência bem agradável, é bem equipado, e de muito espaço no seu interior argumentos não lhe faltam para ser o eleito para preencher uma vaga na sua garagem.
Vendido por R$ 76.700,00 nesta versão Shine, ele ficou mais apto a enfrentar a concorrência, se tornando uma ótima opção para quem busca um Crossover compacto, urbano mas aventureiro.