Autódromo Velo Città. O sonho que virou realidade e hoje é referência!
- Revista Publiracing
- 24 de set. de 2016
- 6 min de leitura


Construir um autódromo com recursos próprios e no quintal de sua casa tinha tudo para ser apenas um espaço dedicado a permitir acelerar seus carros com o mínimo de segurança e privacidade. Mas não foi isso que fez Eduardo Souza Ramos, um empresário apaixonado por carros e por corridas, que no espaço onde a vegetação reinava como em qualquer outra fazenda do interior de São Paulo, ele construiu, entre Mogi Mirim e Mogi Guaçu, aquele que é um dos mais modernos e fantásticos autódromos brasileiros.
O Autódromo Velo Città é fruto de um sonho que se tornou realidade. Capacidade misturada com paixão, inteligência com dedicação. E o automobilismo brasileiro tem hoje à sua disposição um circuito pronto para receber as melhores categorias do automobilismo nacional e internacional. Homologada pela FIA para provas internacionais, e após avaliação que comprovou a excelência de suas instalações nos mais diversos e exigentes critérios de segurança e infraestrutura, o autódromo Velo Città recebe diversas categorias de braços abertos, com a possibilidade de pilotos, suas famílias, equipes e publico, desfrutarem da competição num cenário maravilhoso.


No exato momento em que muito se fala do fechamento de alguns autódromos, Curitiba, por exemplo, é ameaçado de fechamento faz alguns anos, e Goiânia vive o drama da falta de capacidade do poder publico na gestão de qualquer coisa que exija um pouco mais de dinamismo e capacidade. Outro que sente na “pele” a incompetência administrativa é Interlagos, que nas mãos de diversas administrações, foi envelhecendo, não se modernizando na necessária velocidade, e principalmente perdendo o foco e sua essência, corridas de esporte a motor. Mas antes de iniciarmos o resumo da história bonita do circuito Velo Città, seria injusto não mencionar outros dois projetos que na última década vieram para fazer história no esporte a motor brasileiro, Velopark, no Rio Grande do Sul, e Piracicaba também ele no Interior de São Paulo.
Em 2010 foi o grande ano! O Velo Città começou a ser construído e, o que era apenas um sonho, foi tomando forma. As obras dos três primeiros boxes foram concluídas e os primeiros 2.090 metros do circuito ficaram prontos.
Em dezembro os primeiros testes de resistência do asfalto foram realizados e, na ocasião, um Ford GT foi o primeiro carro de competição a entrar na pista do Velo Città.

Já em Janeiro de 2011 e com a aprovação da licença ambiental, foi dada continuidade na construção da pista e com a finalização da segunda parte da obra da pista, os 3.430 metros foram asfaltados, originando o traçado como conhecemos hoje em dia.
Em setembro desse ano era Iniciada a construção do Racing Center, espaço especialmente projetado para a recepção dos convidados dos futuros eventos.

Com um ligação muito próxima com a marca Mitsubishi, já que Eduardo Souza Ramos é o homem forte da MMC Automotores, fabricante dos veículos Mitsubishi no Brasil, a Mitsubishi Motors Brasil foi a primeira montadora a promover testes em seus modelos na pista. Em janeiro de 2012 a pista foi utilizada para as primeiras edições do Lancer Experience, promovido pela Mitsubishi Motors Brasil. Em Março desse ano a pista recebia a visita do ex-piloto Gil de Ferran que testou a pista e fez importantes considerações com relação à segurança. Nesse mesmo mês o circuito recebia a visita do Sr. Tamas Rohonyi, Promotor do GP F1 Brasil e Claudia Ito, Diretora Geral GP F1 Brasil
Em Junho de 2012 a pista recebia jornalistas e convidados para o lançamento do modelo Mitsubishi L200 Triton 2013. Diversos testes foram realizados tanto na pista de asfalto quanto nas trilhas da fazenda. E foi e meados de 2012 que o circuito recebeu a homologação pela CBA -Confederação Brasileira de Automobilismo. Com este passo as principais categorias do esporte a motor no Brasil contavam com mias um palco para seus calendários.
Com a habitual agilidade de seus promotores, a 1ª prova oficial do calendário de uma categoria do automobilismo nacional realizada na pista foi da Porsche GT3 Cup.
Outras atividades foram acontecendo como a visita da lenda-viva do automobilismo brasileiro e pioneiro designer de automóveis no Brasil, Anísio Campos, para produção de filmagens.
A realização do 1º Classic Velo Città, um charmoso rally de regularidade com 48 carros do pós-guerra fabricados entre 1945 e 1982 e a realização do 1º track day no Velo Città, o Driver Cup, com presença de 120 carros super esportivos foram alguns dos eventos realizados no inverno desse ano.

Ainda em 2012 eram Instaladas a cabine de cronometragem e o posto de Direção de Prova, todas no padrão FIA, com obras finalizadas pouco antes da inauguração do Racing Center em outubro.
Importante marco da vida esportiva da pista foi o lançamento do campeonato Mitsubishi Lancer Cup, realizada com o modelo com tração nas quatro rodas, Lancer Evo R.
Ainda antes do final do ano eram Instaladas as grades de proteção na reta principal. Em março de 2013 era realizada a 1ª etapa do Mitsubishi Lancer Cup e na ocasião foram inaugurados cinco novos boxes.
O piloto italiano Valentino Rossi conheceu a pista durante a gravação de uma matéria de TV e convidados da Yamaha Motos puderam conferir sua performance na pista, ao lado do piloto Leandro Mello.
Continuando a expansão das suas instalações, foram iniciadas em abril as obras de ampliação do terraço coberto sobre os boxes, que veio trazer muito mais conforto aos convidados e muito mais espaço para conferirem tudo o que rola na pista.
Já em maio daquele ano, mais um evento das duas rodas visitava a pista, no lançamento de dois modelos da Triumph Motorcycle Brazil

Em outubro mais um importante marco na história da pista, com a homologação “FIA GT” e o autódromo passa a estar apto para receber categorias internacionais de Turismo e Gran Turismo. A Porsche GT3 Cup Challenge é a primeira categoria a correr no Velo Città após homologação FIA. Evento que marcou a inauguração do autódromo retornou para a realização da 7ª etapa da temporada 2013 e é visita constante desse então.
Durante a 1ª etapa do Lancer Cup de 2014 era inaugurado o novo espaço de 880m2 sobre os boxes, com capacidade de recepção de 500 convidados. Mas as obras não param, e era iniciada uma obra de expansão do complexo Velo Città, em uma área reservada atrás dos boxes. O espaço é hoje destinado a uma Sala de Imprensa, WC posto de atendimento médico e refeitório para staff. A pista oferece ainda amplo espaço para estacionamento e heliporto.
Ampliando sua vocação, e aproveitando trilhas e espaços à volta da pista, foi iniciada em 2014 a construção de uma pista de offroad, com foco nos carros 4x4. Paralelamente era iniciada a ampliação da pista de asfalto com duas novas curvas, que servem como alternativas nas atividades esportivas e que deram origem às curvas que ficaram conhecidas como a Curva da Caipirinha e Ferradura e que foram utilizadas pela primeira vez em competição durante a etapa inaugural da Lancer Cup em 2015.
Em 2015 foram realizados os primeiros testes na pista de offroad, que já é considerada a maior do Brasil em extensão (2.500 metros), onde podem ser usados 20 obstáculos com foco em testes de tração e atividades 4x4.
Ainda em 2015 algumas momentos que ficarão para a história desta pista como a visita da Fórmula 1600 Brasil - A categoria foi a primeira de monoposto a competir oficialmente no Velo Città! O evento fez parte da programação dos 500 Km de São Paulo e contou com 19 fórmulas no grid.
Pela primeira vez no autódromo, um carro da Stock Car entrou na pista para realização de testes, acompanhados de perto pela equipe JL, fabricante e responsável pelo desenvolvimento dos carros da categoria.

Já em março deste ano a pista offroad foi oficialmente liberada para uso de todas as montadoras com seus modelos 4x4 e já muito requisitada também para eventos das duas rodas off-road, motorizadas ou não.
Em 2016 a pista já recebeu, provas da Lancer Cup, e até uma inédita visita dos carros da Mitsubishi Cup, competição offroad que fez uma inédita especial/corrida na pista de asfalto.
Mais uma vez a pista recebeu os 500 Km de São Paulo, junto com a competição destinada aos monopostos da Fórmula 1600 Brasil e ainda uma etapa extra do campeonato regional da Classic Cup.
Estas são apenas as primeiras linhas de uma história, que começou com um sonho alimentado pela paixão por corridas, e que junto com a capacidade ir mais além se tornaram numa infraestrutura que beneficia de forma direta os praticantes do esporte a motor, além de outras atividades empresariais e comerciais, que direta ou indiretamente beneficiam as cidades que cercam o complexo.
As imagens do circuito na atualidade
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