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EDITORIAL: Volkswagen escolhe ferrovia, em mais uma lição para o Brasil.

Editorial - Artur Semedo / Revista Publiracing

Trem interno na fábrica da Volkswagen - Think Blue

A ideia para o tema de hoje me ocorre todos os dias, afinal a falta de infraestrutura no Brasil é um problema que nos afeta diariamente. A ausência de uma correta politica de investimento em infraestrutura logística e de transporte, nos leva a pagar produtos e serviços mais caros, que demoram mais para chegar, que são muitas vezes de pior qualidade, e que têm um custo inimaginável para o país, seja ele financeiro, humano ou ambiental.

Falta de planejamento, misturada com incompetência e muita roubalheira, isto nos poucos projetos que saem do papel, fizeram com que o Brasil perdesse o trem da mobilidade e da competitividade.

No perímetro urbano as linhas de metrô e trem pouco crescem, e quando avançam é a passos de tartaruga e inexplicáveis reajustes financeiros em projetos que têm sua conclusão adiada consecutivamente. A população que utiliza o transporte sobre trilhos, nas cidade que ainda tem essa opção de transporte, sente na pele as consequências dos fatores citados. Já o transporte de passageiros entre as cidades foi abandonado de forma criminosa. A população é refém das rodovias, invariavelmente de péssima qualidade, e do transporte aéreo que obviamente chega a um numero limitado de municípios e a preços de viagem no Concorde.

O transporte de passageiros e cargas pela ferrovia, fator determinante para o desenvolvimento de qualquer país que olhe para o futuro de forma responsável, é limitado a uma reduzida malha ferroviária, e que governo após governo, não consegue ser encarado com a obrigatória seriedade, seja se observadas as questões de competitividade da economia como um todo, seja ainda pela não menos importante questão ambiental.

Trem com carros da Volkswagen

Mas a reflexão para nosso editorial de hoje, me chega através da Volkswagen da Espanha.

Sua planta de Navarra celebrou em maio, o primeiro mês em que o modelo Polo, fabricado por lá, foi majoritariamente transportado por trem, superando o tradicional caminhão cegonha.

Dos automóveis que saíram da fábrica em maio, 16.069 foram transportados por trilhos, o que representou 51% do total de modelos saídos da planta, cerca de seiscentos a mais que os transportados por caminhão. Esta diminuição consecutiva no numero de veículos transportados por caminhão é uma tendência desde 2008, quando o transporte via rodovia representava 77% dos modelos saídos da montadora..

De lá saem trens carregados de veículos com destinos diversos como o porto de Barcelona(16%), Santander(14%), Handaya, fronteira com a França(10%) e Portbou(6%) entre outros.

Esta cada vez maior utilização do trem pela planta de Navarra da Volkswagen não chega por acaso. Ela faz parte de um plano com pouco menos de dez anos, e uma reunião de interesses que vão da própria montadora, que desenvolve este projeto chamado de THINK BLUE, em parceria com a responsável pela infraestrutura ferroviária no país ibérico, a ADIF, da divisão de transporte de cargas do principal operador espanhol, a estatal RENFE, bem como de outros operadores de transporte de cargas privados, que também são contratados pela montadora para o transporte de seus produtos.

Planta da Volkswagen em Navarra

Os benefícios são logísticos, econômicos e ambientais.

O projeto THINK BLUE da Volkswagen tem como objetivo principal reduzir o transporte dos produtos pelo caminhão, reduzindo as emissões de dióxido de carbono, numa obrigatória preocupação com o meio ambiente, e que segue a linha generalizada de forte investimento na ferrovia por parte dos governos do bloco, com cobrança e olhar atento da sociedade civil na Europa.

Um trem que sai da fábrica de Navarra carregado de veículos, transporte 240 unidades do veículo produzido numa única composição. Para o transporte do mesmo numero de unidades seriam necessários 26 caminhões. Os benefícios em tirar todos estes caminhões das estradas são, por exemplo, desgaste menor das rodovias, menos acidentes e seus pesados custos, redução do trafego, não estar condicionado a condições climatéricas adversas, entre muitos outros que poderíamos citar.

Esta ação da Volkswagen só é efetiva porque existe um trabalho paralelo por parte do governo espanhol, que assim como os outros governos europeus foca seus investimentos na ferrovia, e tem nela a base fundamental para o transporte terrestre, seja de passageiros como de carga.

Assim se constroem países modernos, produtivos e competitivos, onde empresas podem escoar seus produtos de forma rápida e segura, e passageiros podem escolher viajar tranquilamente num meio de transporte seguro, confortável e com baixíssimo impacto para o meio ambiente.

Quantos anos o Brasil vai perder ainda até entender que estamos de costas voltadas para o mundo, para o futuro, e que mudando agora, ainda levaremos 20, 30 anos para que esses eventuais investimentos sejam colocados em prática e seus resultados sentidos efetivamente pela sociedade. Ou seja, vamos literalmente e mais uma vez “ver o bonde andando”, e os responsáveis, todos nós sabemos quem são.

Artur Semedo / Editor-Chefe: Revista Publiracing

Fotos: Volkswagen e Xavier

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